Por que o ser humano está cada vez mais preferindo os animais?


Cada vez mais, pessoas vêm optando por compartilhar a vida com animais, ao invés de viver com outros seres humanos. A pergunta que não quer calar: qual as razões e causas para tal fenômeno?

Esse conteúdo vem justamente lançar luz aos vários ângulos dessa questão, sem julgamentos ou condenações, apenas mostrando e analisando as várias possíveis causas desse comportamento e seus efeitos, tanto no sentido positivo e funcional, quanto no sentido inverso.

Afinal, o objetivo aqui é compreender melhor essa questão e utilizar essa compreensão para que tanto seres humanos como animais possam conviver em equilíbrio, de forma saudável e equilibrada.

Vamos lá!

Pessoas que preferem mais os animais

Hoje em dia é comum ouvir frases que até viraram ditados populares, como:

“Quanto mais conheço o ser humano, mais eu amo os animais.”- (Raul Seixas)

“Quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais”- (Alexandre Herculano)

“Prefiro bicho do que gente!”

Mas, o que está por trás dessas frases?

Por que as pessoas preferem viver com animais?

Existem muitas razões para as pessoas preferirem conviver e compartilhar o dia a dia com os animais.

Em geral estas razões podem ser:

Predisposição genética da pessoa

A hereditariedade e a genética contribuem para certas características inatas como: temperamento, habilidades, dons, aparência, predisposições psicológicas. E, de fato, existem pessoas que desde pequenas têm afinidades com os animais. Inclusive, tem crianças que desde a tenra idade não comem carne e defendem os animais.

Amor interrompido na infância

Segundo a constelação familiar, muitas de nossas carências na vida adulta são provenientes do amor interrompido na infância, decorrente da criança não ter tido suas necessidades afetivas e de segurança preenchidas na relação com os pais. Então, elas passam a ver os seres humanos com desconfiança e tendem a compensar essa lacuna afetiva na convivência com os animais.

Decepção e desilusão com o ser humano

Pessoas adultas também podem manifestar essa necessidade de compensação, depois de terem vivido traições, bullying, agressões e abusos por parte dos seres humanos. Dessa forma, desenvolvem aversão aos seres humanos, como mecanismo de defesa e preservação passam a preferir e direcionar seu afeto a um animal.

Intolerância com as complicações humanas

Outra razão que pode impulsionar uma pessoa a abrir mão das relações humanas é a falta de tolerância com as falhas humanas. De repente, por ter sido vítima de erros de pessoas de seu convívio ou por não ter paciência de lidar com as complicações humanas.

Medo de rejeição

Uma das causas que podem levar um ser humano a evitar relações humanas é o fato dele ter sido rejeitado por aqueles que amava. Então, para poder expressar o seu amor de forma segura, ele o direciona para um animal.

Insegurança e necessidade de controle

Há também aqueles que são pessoas inseguras, de repente por terem passado momentos turbulentos em suas vidas, ou não conseguirem ser quem elas realmente são. Dessa forma, essas pessoas necessitam de controle da situação para sentirem mais segurança.

Cuidando de um animal, elas podem ter o controle da situação e não correm o risco de serem subjugadas pelo outro, por não conseguirem se impor ou serem assertivas.

Por não ter filhos humanos

Tem pessoas que não podem ter filhos e outras que preferem não ter por uma série de fatores como, econômicos, profissão, falta de aptidão para ser pai ou mãe ou porque não é fácil criar um filho em um mundo conturbado como o nosso.

Seja como for, essas pessoas optam por dedicar seu amor a um “filho” pet.

Dependência emocional

Nos últimos tempos, médicos e psicoterapeutas recomendam a pacientes com depressão e outros problemas psicológicos a convivências com animais de estimação. De fato, os animais ajudam a melhorar o quadro desses pacientes.

Existem casos em que o animal se torna a âncora psicológica da pessoa, ou seja, ela fica dependente emocionalmente dele.

Inclusive, existe até certificação para o animal ser considerado apoio emocional.

O lado disfuncional que pode advir dessa situação é que a pessoa acaba transferindo para o animal um peso energético muito grande, e isso pode até prejudicar a energia vital do animal.

O convívio com os animais é mais leve

Vivemos em uma sociedade complexa, onde impera a competição, os status, os conflitos de interesses materiais, desigualdade social e prevalecem as máscaras sociais, ou seja, a aparência vale mais que o caráter da pessoa.

Para aqueles que buscam o inverso disso tudo, a tendência é resgatar o natural e o simples, seja na convivência com pessoas que comungam dos mesmos objetivos, e também com os animais que nos aproximam mais da natureza, além de nos ajudar a nos situarmos no AGORA.

Animais são mais puros

Outros pontos que levam as pessoas a preferir estar mais com os animais é que o ser humano anda muito corrompido, por isso não consegue enxergar além das cortinas de suas crenças, preconceitos, orgulhos e dogmas.

Já o animal não tem nada disso, por isso, na convivência entre ele e o humano, simplesmente um ser vê e se relaciona com outro ser sem rótulos, achismos, títulos, posição social, mentiras e falsidade.

O animal promove alegria

Outro fator que estimula o ser humano a querer estar mais próximo dos animais é que eles têm uma energia positiva, são empáticos, autênticos, alegres, companheiros e gostam de brincar.

Estudos sobre a relação entre humanos e animais

A ciência também vem querendo entender a questão da empatia humana em relação aos animais.

Essa questão fez parte de um estudo desenvolvido por 3 sociólogos: Arnold Arluke e Jack Levin, da Universidade de Northeastern University, e Leslie Irvine da University of Colorado Boulder.

Eles resolveram ampliar o tema e entender por que existem pessoas que sentem mais compaixão quando os animais sofrem, do que quando pessoas adultas sofrem.

Para chegar a uma resposta, os pesquisadores envolveram 256 estudantes para explorar a relação empática entre humanos e animais.

Tal pesquisa consistiu em apresentar um artigo de jornal fictício que descrevia em 4 vinhetas situações de violência.

Cada vinheta estava relacionada com:

  • bebê humano
  • homem adulto
  • filhote de cachorro
  • cão adulto

Como visto, as vinhetas se distinguiam pela identificação da vítima.

O objetivo foi verificar com qual das vinhetas os participantes ficaram mais perturbados emocionalmente (angustiados ou abalados).

Em linhas gerais, pode-se sintetizar os resultados obtidos da seguinte forma:

  • 1º lugar- bebê humano
  • 2º lugar – filhote de cachorro
  • 3º lugar – o cão adulto
  • 4º lugar –  homem adulto adulto

Em suma, com esses resultados, os pesquisadores concluíram que o envolvimento emocional e a empatia varia de acordo com o nível de vulnerabilidade, ou seja, quanto mais os seres são indefesos e desprotegidos, mais sente-se compaixão e vontade de proteger, ou seja, mais aflora o instinto de proteção.

Isso leva a entender por que alguns humanos acabam tratando pets como filhos ou se tornam protetores de animais.

Cuidado com os excessos

A estreita convivência, principalmente com cães e gatos por exemplo, pode levar à excessos, desencadeando desequilíbrios tanto para o animal, quanto para os humanos. Por isso, é preciso se auto observar para ver se não está impedindo do animal viver de acordo com sua natureza.

Hoje em dia, tem pessoas que esquecem que os animais têm necessidades de acordo com sua espécie, e acabam querendo que se comportem como humanos.

Nessa onda de querer transferir hábitos e condicionamentos humanos para o animal, tem crescido o mercado pet, vendendo até joias, cosméticos e moda para os pets.

A questão de incutir hábitos e costumes que não condizem com o animal, pode gerar estresse e restringir a sua natureza. Sendo assim, o animal pode até ficar doente ou deprimido.

A professora da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, Christina Malm, chama a atenção sobre a questão dos excessos, dizendo:

“Posso tratar meu animal com todo o carinho, mas não devo esperar que ele se comporte como um ser humano.”

Há muitas pessoas sozinhas, sem família, ou longe dela, que estão carentes de afeto. Elas se apegam.

Esse assunto é tema de seminários na universidade, uma vez que os bichos de estimação, tratados como se fossem gente, passam a sofrer de estresse e a ter comportamentos considerados fora do padrão.”

Nesse contexto, precisamos ficar atentos para não colocar uma carga sobre nossos pets que pode prejudicá-los, usando-os como forma de projetar nossas manias e compensar nossas carências, neuras e vazio existencial.

Pessoas que vivem para os animais

Há também aqueles que colocam o amor aos animais como um ideal de vida.

No greenMe temos uma série de notícias que mostram pessoas que resolveram dedicar suas vidas aos animais.

Conheça essas pessoas nos conteúdos:

Como exemplos de pessoas famosas que se dedicam aos animais como um ideal e missão de vida, temos a francesa Brigitte Bardot e a brasileira Luisa Mell.

Frases sábias sobre os animais

A nossa relação com os animais também é um tema levantado por alguns sábios que marcaram nossa história.

Veja alguns desses ensinamentos:

Leonardo da Vinci (1452 – 1519)

“Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e nesse dia, um crime contra um animal será um crime contra a humanidade.”

Arthur Schopenhauer (1788 – 1860)

“A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.”

Chico Xavier (1910 – 2002)

“Nós, seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Portanto quem chuta ou maltrata um animal é alguém que não aprendeu a amar.”

O amor envolve todas as espécies

O amor permeia tudo e todos!

Para viver esse amor é importante respeitar a real necessidade do outro.

Ademais, na relação com os animais temos a oportunidade de lembrar o que estamos esquecendo: sermos verdadeiros!

Para finalizar, fica o convite para você compartilhar o que os animais representam em sua vida.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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