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Sabe aquela história de pegar tudo que encontra pelo caminho e levar pra casa para juntar? Pois, é! Por trás dessa atitude pode haver um desequilíbrio psíquico.
Para saber diferenciar um mero colecionador de um acumulador compulsivo, este conteúdo traz várias informações que podem ajudar a identificar melhor quando o ato de acumular se torna o sintoma de uma doença psíquica.
Acompanhe para compreender esse tipo de problema, a fim de saber lidar e ajudar quem tem esse problema.
É importante salientar e deixar claro antes de se aprofundar na disposofobia, que uma coisa é ser um colecionador de objetos de artes, antiguidades ou utensílios de valor, e outra é acumular exageradamente até o que não tem utilidade.
Colecionar envolve pesquisa e é uma forma de preservar o conhecimento representado por determinada coleção, de forma organizada.
Acumular compulsivamente é um ato aleatório e caótico, sem finalidade específica e que envolve desorganização e excesso.
A disposofobia é também conhecida como Síndrome de Diógenes, em alusão a Diógenes de Sínope, filósofo grego do Cinismo.
O Cinismo é uma vertente filosófica que exalta o desapego aos bens materiais, por entender que a felicidade não depende do externo.
Pensando dessa forma, o filósofo Diógenes tinha um estilo de vida inspirado no desprendimento dos cães, animais que ele admirava por considerá-los simples, verdadeiros e espontâneos, diferentes dos humanos, que considerava hipócritas.
Diógenes vivia em um grande barril e seus únicos bens eram uma túnica, um cajado e uma tigela, expressando seu extremo desapego, indiferença e autossuficiência diante do mundo.
Embora a disposofobia venha sendo relacionado a este filósofo, se diferencia do comportamento dele, pois, Diógenes não acumulava objetos, já pacientes com essa síndrome acumulam. Em contrapartida, o que a disposofobia tem em comum com o simbolismo de Diógenes é a rejeição e o isolamento em relação ao mundo externo.
O nome disposofobia, do inglês disposophobia pode ser traduzido como descartofobia, mas agora o termo mais usado é hoarding disorder (desordem da acumulação).
Outros nomes usados para essa desordem são:
Em geral, a disposofobia é um padrão de comportamento marcado pela acumulação compulsiva de objetos, gerando um apego excessivo e a dificuldade de descartar o que não serve mais.
Em decorrência desse comportamento, a pessoa junta uma enorme quantidade de coisas que dominam o ambiente da moradia, causando vários problemas de ordens pessoal e social.
Essa compulsão passou a ser reconhecida como doença mental a partir da 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-DSM, em 2013.
Com base no DSM-5, os critérios utilizados para diagnosticar a disposofobia, em síntese, são:
Pessoas com disposofobia tendem a acumular coisas como:
A disposofobia além de comprometer o espaço, prejudica a higiene, o bem-estar e a saúde, tanto da pessoa com esse problema, quanto a de quem vive ou mora próximo a ela.
Os efeitos disso são um ambiente disfuncional, desorganizado, precário, difícil de manter limpo e de circular, correndo o risco de atrair contaminações por microrganismos, infestações de parasitas e doenças infecciosas, além do mal-estar causado pelas condições insalubres.
O desenvolvimento da disposofobia pode advir de fatores como:
A disposofobia pode acontecer conjuntamente com outros problemas, como:
Tratar essa doença não é fácil, porque a pessoa que desenvolve esse problema geralmente não aceita que tem o transtorno e, por isso, se recusa a ser ajudada.
Infelizmente, quando algum caso desse tipo chega ao conhecimento dos serviços de saúde, dá-se por meio de denúncias de vizinhos, preocupados com as consequências do acúmulo de objetos e até lixo próximos às suas residências.
Devido à essa patologia, a pessoa acaba se isolando, o que faz com que ela tenda a adoecer mais ainda, e até vir a morrer sem pronto atendimento médico.
A disposofobia é uma condição que requer uma abordagem multiprofissional, com acompanhamentos psicológico e clínico.
Outro ponto importante para ajudar uma pessoa com essa síndrome é a paciência e a empatia daqueles que convivem com ela. Evitando de julgá-la ou forçá-la a se desfazer do acúmulo de coisas, pois isso só fará com que ela fique mais ansiosa, insegura e, por conta disso, se isole mais ainda.
Pesquisadores deste estudo buscaram descobrir como os cérebros de acumuladores funcionam e, para isso, recrutaram 43 adultos com transtorno de acumulação diagnosticado, 31 com TOC e 33 adultos saudáveis que foram submetidos à ressonância magnética funcional-fMRI (da função cerebral).
Cada participante trouxe coisas que tinham em suas casas e tiveram que optar de permanecer ou descartar determinado item, conforme passava pelo exame de ressonância magnética.
O resultado dessa pesquisa foi que:
Outra apontamento dessa pesquisa é que durante a decisão de ficar ou não com seus itens, os indivíduos com distúrbio apresentaram durante a ressonância magnética cerebral, maior sinalização nas regiões do córtex cingulado anterior – associado à percepção de erros durante situações incertas – quanto na ínsula anterior e intermediária, ligada à análise de risco, associada às decisões de cunho emocional.
Neste vídeo, o psicólogo Bruno Caldas dá mais explicações sobre a disposofobia e como ajudar pessoas com esse problema:
Este outro vídeo, do programa Vida Melhor, mostra a apresentadora Cláudia Tenório entrevistando Flavia Valentini, que conta o caso de sua mãe acometida por este problema e o sofrimento causado por essa doença. Outra convidada entrevistada é a psicóloga Dra Elisabete Della Rosa Pimentel que dá esclarecimentos sobre esse problema:
Na metafísica toda doença encerra em si uma dor emocional.
Vendo por essa ótica, é possível compreender que comportamentos disfuncionais e compulsivos como a disposofobia, escondem dores emocionais e dificuldade de lidar com as mesmas.
A dor fica guardada, a nível inconsciente, e começa a gritar através de compulsões e transtornos psicológicos.
Essas reações inconscientes podem prejudicar o funcionamento dos sistemas e órgãos do corpo, desencadeando doenças físicas e neurológicas.
Levando tudo isso em conta, é preciso tratar esse problema de uma forma mais ampla e integral, pois não é só o externo desta pessoa que vem recebendo o acúmulo de coisas, mas também o seu interno. Por isso, ela encontra-se psicologicamente entulhada.
Tendo essa compreensão fica mais fácil de compreender o comportamento de um acumulador compulsivo, e buscar ajuda especializada, que precisará envolver vários aspectos como: emocionais, mentais, biológicos e cerebrais.
Nos links abaixo, veja alguns conhecimentos e ações que podem ajudar nesse caminho de tratamento e cura.
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Categorias: Saúde e bem-estar
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