Esquizofrenia: descoberta a área cerebral em que ela se origina 


Uma doença crônica, grave e incapacitante que afeta o cérebro: a esquizofrenia é uma das condições psiquiátricas mais comuns. Sutil, porque as pessoas por ela afetadas apresentam sintomas apenas no final da adolescência, sempre se pensou que a esquizofrenia tivesse sua origem no córtex frontal do cérebro, região que controla as nossas atividades mais complexas. Mas agora uma pesquisa questiona esta convicção e abre caminhos para terapias melhor direcionadas.

Pesquisadores do Centro de Neurociências e Sistemas Cognitivos (CNCS), o Instituto Italiano de Tecnologia (Lit), tentaram identificar o “berço” da esquizofrenia em outras áreas, distantes da região mais evoluída do cérebro.

Uma descoberta que contradiz a teoria até então aceita, segundo a qual as alucinações e alterações de percepção que caracterizam esta doença, nascem no córtex frontal, a área do cérebro que controla as funções primárias elevadas como a linguagem e a programação das ações.

O que é esquizofrenia e como ela se manifesta

É uma patologia neuropsiquiátrica crônica que afeta indiscriminadamente homens e mulheres de todas as classes sociais. A palavra esquizofrenia vem do grego e significa “mente dividida” ou “cisão das funções mentais”, ou seja, causa uma separação da realidade: um esquizofrênico acredita ouvir vozes que outras pessoas não ouvem, se convence de que os outros leem seus pensamentos ou conspiram para prejudicá-lo, é capaz de se sentar por horas sem se mover ou falar. Pode também fazer discursos sem sentido, ser incapaz de cuidar de si mesmo e até mesmo ter comprometidas algumas das funções humanas mais evoluídas como a percepção, a memória, a atenção, o aprendizado e as emoções.

Quanto aos sintomas, estes são diferenciados em positivo e negativo. Entre os primeiros estão as alucinações, delírios, manias ou desordens do movimento. Os sintomas “negativos” são os distúrbios das emoções e dos comportamentos normais, como a fala monótona sem mover o rosto ou a falta de prazer na vida cotidiana (sintomas difíceis de reconhecer porque podem ser confundidos com a depressão).

Esta doença afeta cerca de 24 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com dados da OMS. A redução na expectativa de vida para os portadores de esquizofrenia varia entre 10 e 22,5 anos.

O estudo

Os pesquisadores italianos compararam imagens de atividade cerebral detectadas com a técnica de ressonância magnética funcional em 94 pessoas saudáveis ​​e 94 com esquizofrenia.

A partir das análises, demonstrou-se que as áreas do córtex frontal não eram alteradas, mas sim que ocorrem alterações na percepção inicial dos sinais que se refletem nas funções cognitivas superiores e as alteram, ou seja, “a comunicação já está alterada em um nível muito baixo de processamento de sinal”, como disse Cécile Bordier, primeira autora do estudo.

Uma descoberta importante que os cientistas festejam como sendo o primeiro passo para planejar terapias medicamentosas mais direcionadas.




Redação greenMe

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