Medo de amar tem nome: Filofobia. Conheça causas e sintomas


O ser humano se tornou tão complexo e confuso, que hoje em dia tem fobia para tudo, como é o caso da Filofobia, ou seja, fobia de amar.

Essa fobia vem se tornando algo comum no mundo contemporâneo, por isso, este conteúdo vem para explicar o que é, quais são as causas e os sintomas da Filofobia, além de outras informações.

O que é a Filofobia?

Philos” em grego significa amor e amizade.

Fobos” do grego significa fobia ou medo.

A Filofobia é um traço psicológico que se manifesta através do medo de se apaixonar e de amar.

Essa fobia prejudica a capacidade de uma pessoa ter relacionamentos afetivos significativos e profundos, por isso, o filofóbico não consegue desenvolver vínculos e relacionamentos de amor.

Causas da Filofobia

As causas que podem levar ao surgimento e ao desenvolvimento da Filofobia podem ser:

Além das causas acima, outra causa possível é o Transtorno de Apego Reativo.

O Transtornos de Apego Reativo é caracterizado por grande dificuldade em formar vínculos sociais saudáveis devido à:

  • ausência ou negligência de pais, responsáveis ou cuidadores
  • prisão dos pais
  • hospitalização prolongada da criança
  • extrema pobreza
  • inexperiência dos pais
  • situação de refúgio de guerra
  • abuso sexual
  • desastres naturais com ou sem morte dos pais

Esse transtorno leva à carência emocional e à dificuldade de se relacionar de forma equilibrada, e pode ser de 2 tipos:

Transtorno de Engajamento Social Desinibido

Que faz a pessoa valorizar mais estranhos do que os familiares, ficando sujeita a riscos por se envolver com desconhecidos.

Transtorno de Engajamento Inibido

Que leva o indivíduo a evitar envolvimento com os familiares e se esquivar da família, cuidadores e pessoas próximas.

Leia também:

Fatores de risco: quem é mais propenso a ter Filofobia?

Alguns contextos podem representar fatores de risco e propensão para a Filofonia:

História familiar

Conviver com um familiar que teve filofobia pode levar a desenvolver essa fobia.

Genética

Pesquisas sinalizam que fobias podem ter origem hereditária.

Outras fobias

Ter outras fobias podem criar um terreno psicológico fértil para desenvolver a Filofobia.

Como por exemplo:

Sintomas da Filofobia

Basicamente, a Filofobia se manifesta através do medo do amor.

Esse medo de amar gera diversos sintomas e contextos adversos, como:

  • Por ser um medo tão intenso, a pessoa não concebe um relacionamento amoroso.
  • Ela pode ficar uma existência inteira sem se relacionar, namorar ou casar.
  • Ser incapaz de ter relacionamentos íntimos.
  • Experimentar extrema ansiedade quando está envolvida com alguém, por temer o fim do relacionamento, ser rejeitada ou sofrer abandono (muitas vezes abandonam antes de serem abandonadas).
  • Falta de equilíbrio emocional por não saber lidar com suas emoções e com as do parceiro.
  • Tendência a se afastar do envolvimento com pessoas e de evitar relacionamentos.
  • Relacionar-se com pessoas que vivem distantes geograficamente.
  • Relacionar-se de maneira indiferente, fria e distante.
  • Ser uma pessoa muito ocupada, quase indisponível.
  • Crer de ser uma pessoa super independente que não precisa de ninguém.

Inclusive, uma pessoa que sofre desse transtorno pode manifestar sintomas físicos como:

  • Tontura
  • Sudorese
  • Dor de cabeça
  • Boca seca
  • Pavor
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Respiração ofegante
  • Taquicardia
  • Tremedeira
  • Falta de ar

Mecanismo psicológicos da Filofobia (como se manifesta)

A pessoa com Filofobia cria um mecanismo de defesa psicológico para se proteger de envolver-se sentimentalmente e ter um relacionamento de amor.

Para tal, ela não se permite desenvolver sentimentos amorosos por alguém.

A  Filofobia serve como um mecanismo inconsciente de evitar o risco de sofrer uma mágoa ou dor amorosa, como ocorreu em um relacionamento no passado ou por algum outro motivo.

Geralmente, o filofóbico não se percebe como uma pessoa arredia, que evita se envolver. Muitas vezes são os parceiros que reclamam e, aqueles que estão mais dispostos a aceitarem a crítica, são mais propensos a buscarem ajuda.

Complicações da Filofobia

Além dos sintomas emocionais e físicos, a Filofobia pode trazer outros transtornos:

Diagnóstico da Filofobia

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), da Associação Psiquiátrica Americana, tem sido utilizado por profissionais de saúde mental, como parâmetro para diagnosticar distúrbios de fobia, com base nos sintomas e em como estes impactam a qualidade de vida do paciente.

Com base no DSM, os profissionais de saúde mental podem usar os seguintes critérios para diagnosticar a Filofobia:

  • Medo persistente do amor que dura pelo menos seis meses.
  • Pavor ou ansiedade quando a pessoa sente amor.
  • Início dos sintomas dessa fobia quando a pessoa se encontra em uma situação amorosa.
  • Ansiedade ou medo que faz com que ela evite dar ou receber amor.
  • Sintomas extremos que interferem na capacidade de desenvolver relacionamentos íntimos e conexão amorosa.

 Tratamento da Filofobia

Existem formas de tratar esse transtorno, como por exemplo:

A terapia cognitivo-comportamental (TCC)

Essa forma de psicoterapia (terapia da conversa) ajuda a reconhecer ea  identificar pensamentos e comportamentos que fazem a pessoa ter medo do amor e aprender a lidar com as causas e sintomas dessa fobia

Terapia de dessensibilização sistemática

Essa terapia pode ajudar mais de 90% das pessoas que têm distúrbios fóbicos específicos, e atua com:

Psicoterapia Contemplativa

Esse tipo de psicoterapia contribui para o indivíduo tomar consciência de si e da existência à sua volta.

Essa terapia se vale das práticas e dos ensinamentos do Budismo em conjunto com práticas clínicas da psicologia convencional.

Vídeos sobre Filofobia

Psiquiatra fala sobre a Filofobia

Neste vídeo do seu canal, a psiquiatra Dra. Ana Beatriz Barbosa e o psicólogo Dr. Alex Rocha conversam sobre a Filofobia destacando:

  • As características e desafios desse transtorno psicológico
  • Qual perspectiva mental precisa ser adotada para vencer essa fobia

As pessoas têm medo do amor?

Luiz Felipe Pondé comenta o porquê de as pessoas sentirem medo de amar, contextualizando esse medo com a nossa cultura e a sociedade contemporânea.

Sinais de quem não se entrega no amor

O psicólogo Marcos Lacerda revela 4 sinais de pessoas que têm medo de amar. Interessante a correção que ele faz: o medo não é de amar, e sim, de sofrer. Amar é humano e pessoas que parecem ter um coração de gelo, na verdade o têm de cristal:

Somos amor

Uma das funções de nossa mente é o de preservação. Por isso, a mente antecipa possíveis danos e prejuízos, a fim de evitar dores à nossa existência.

Graças a esse mecanismo de proteção e defesa desempenhado pela mente, o ser humano tem evoluído e vem superando muitos desafios ao longo da história. Entretanto, quando esse mecanismo passa a ser movido pelo medo doentio, ele se torna uma “arma” em vez de ser uma proteção.

O medo irracional do amor causa sofrimento físico e ou mental e impede o ser humano de desenvolver a capacidade de se relacionar e viver de forma equilibrada.

Sem se relacionar, o ser humano deixa de viver sua natureza essencial que é ser amor! Quem não se envolve não se desenvolve.

Fontes:

  1. Cleveland Clinic
  2. Wikipédia
  3. Cognitive Behavioral Therapy Los Angeles
  4. Dra. Ana Beatriz Barbosa

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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