Brasil despreza alimentos nativos, supernutritivos e econômicos, favorecendo indústria alimentícia estrangeira


Já parou para pensar que os alimentos mais consumidos no Brasil, e também no mundo, são sempre os mesmos e vêm de países longínquos e distantes de nós, quando temos uma grande biodiversidade alimentícia? Por exemplo, a soja e o arroz vêm da China, o milho e o tomate, do México, a cana-de açúcar, da Nova Guiné. O café veio da Etiópia e a batata, dos Andes. Por que a indústria despreza alimentos nativos, supernutritivos, que poderiam ajudar a reduzir a fome no Brasil?

A BBC fez uma longa reportagem sobre isso, a qual resumimos aqui.

Um paradoxo alimentar

O Brasil, conhecido por sua rica biodiversidade, enfrenta um paradoxo alimentar. Enquanto produtos agrícolas estrangeiros dominam o mercado, diversas espécies nativas, consideradas superalimentos, são negligenciadas pela indústria alimentícia. Entre essas preciosidades estão:

O buriti, fruto encontrado em abundância na Amazônia e no Cerrado, tem propriedades antioxidantes que retardam o envelhecimento precoce e previne doenças. O fruto pode ser consumido in natura ou feito farinha para fabricação e pães, bolos, etc. Segundo o botânico Paulo Bezerra Cavalcante, autor de “Frutas comestíveis na Amazônia,” o buriti pode ser uma arma contra doenças e a fome crescente no país.

Buriti

Buriti

Outras espécies, como caruru e beldroega, também são destacadas como superalimentos, ricas em nutrientes e resistentes a condições adversas.

Caruru

Caruru

A resistência dessas hortaliças espontâneas, como o caruru, torna-as mais nutritivas, pois ativam processos metabólicos para sobreviver a adversidades climáticas. No entanto, essas plantas são frequentemente tratadas como “matos” e substituídas por espécies exóticas menos nutritivas, por motivos comerciais e de mercado.

Beldroega

Beldroega

PANC nas casas e escolas

Valdely Kinupp, botânico e defensor das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), destaca a urgência de valorizar e incorporar essas espécies à dieta brasileira. Ele enfatiza a importância do conhecimento sobre as PANCs nas escolas, incentivando uma conexão mais profunda com a natureza e a compreensão da origem dos alimentos.

Nuno Rodrigo Madeira, agrônomo da Embrapa, propõe três soluções: incentivar o cultivo de PANC com apoio técnico, promover debates sobre alimentos nas escolas e reaproximar a produção de alimentos das cidades, estimulando hortas urbanas.  Essas iniciativas não apenas diversificariam a alimentação, mas também poderiam reduzir custos e promover envolvimento social.

Leia aqui a reportagem completa da BBC

Diante do cenário de monocultura e importação, o Brasil tem o potencial de explorar suas próprias riquezas alimentares, promovendo saúde, sustentabilidade e segurança alimentar para a população.

Mas ao contrário disso, fala-se em crise climática e na necessidade de investir em carne de laboratório e em farinha feita de inseto para alimentar a população mundial.

Saiba mais: As PANCs que podem nos salvar da fome

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Redação greenMe

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