Pare de achar fofo fazer arraia sorrir! Ela está agoniada!


Vira e mexe aparecem vídeos de gente fazendo “gracinhas” com animais, mas por trás da cena engraçadinha existe muito desconforto de um ser que não pode falar e gritar socorro, e que acaba sendo subjugado aos caprichos de um humano ignorante.

Um exemplo disso é o de uma arraia que foi pega e filmada com um humano fazendo cosquinhas nela.

Aparentemente, a arraia sorri,  mas na verdade sua reação é de agonia e significa que ela quer se desvirar e voltar para água, seu habitat natural.

Veja o vídeo com esta arraia, compartilhada no Twitter do El Sapón, que inclusive tece um protesto contra essa atitude da pessoa que pegou o animal para fazer isso:

Vídeo viral

O vídeo acima foi publicado no ano passado pelo usuário estadunidense @mafishguy e não se encontra mais disponível em sua página no Tik Tok.

Essa mídia teve 125,5 milhões de visualizações e recebeu 14,5 milhões de curtidas, além de ser replicada em outras redes, como o YouTube e o Instagram.

Curtir e achar graça desse tipo de vídeo só aumenta a ignorância, o desrespeito e a exploração aos animais.

Infelizmente, esse tipo de vídeo é muito comum nas redes sociais, como no Tik Tok, por exemplo, onde existem diversos exibindo “cenas engraçadas” com animais, que mascaram exploração, abuso e maus-tratos.

O que dizem os especialistas sobre a reação da arraia

Ben Williamson, um dos diretores da ONG World Animal Protection, nos Estados Unidos, em entrevista ao Insider esclareceu que:

“Esta arraia está claramente sufocando até a morte”

As arraias respiram com a ajuda de brânquias, que estão na parte inferior do seu corpo, de acordo com a Animal Diversity.

As brânquias da arraia se localizam  abaixo de sua boca e, através desses órgãos, elas coletam oxigênio da água, de acordo com a Ocean Conservancy.

Sem água, uma arraia sufocará dependendo de alguns fatores, como o tempo em que fica fora d’água, a idade da arraia, a condição corporal e o estresse a que está submetida, de acordo com Good Living, blog administrado pelo Departamento para Meio Ambiente e Água no Sul da Austrália.

Os órgãos que a arraia usa para enxergar, na verdade se encontram do outro lado do corpo, o que significa que no vídeo, ela não conseguia ver o que estava ocorrendo, apenas sentia.

Ben Williamson reforça que a arraia também tem plena capacidade de sentir incômodo físico e dor.

Criadores de conteúdos com animais

As implicações de vídeos que usam os animais como temática têm levado a situações problemáticas como, um outro exemplo, o do criador de conteúdo no TikTok, residente da vila de Phnom Penh, no Camboja, que criava um leão de 70kg como animal de estimação e fazia vídeo com ele, mas para fazer tal trabalho, ele havia arrancado suas garras e dentes caninos. O animal foi retirado dele por autoridades.

“As pessoas não têm o direito de criar animais selvagens em casa.”

“Os animais selvagens devem estar na floresta natural”, twittou o porta-voz do Ministério do Meio Ambiente, Net Pheaktra.

A ONG Wild Alliance, participou da operação de resgate do leão para ser encaminhado ao Centro de Conservação e Salvamento de Vida Selvagem de Phnom Tamao do Camboja.

Além desses casos, tem diversos outros que envolvem crueldade e até agressão aos animais em vídeos exibidos nas redes sociais, principalmente no Tik Tok, conforme mostra e denuncia o site de notícias The Sun.

Posicionamento dos internautas

Sob todo esse contexto, cabe ressaltar a necessidade dos usuários da plataforma denunciarem quando virem vídeos com arbitrariedades, exploração, desrespeito e crueldade à natureza do animal, em vez de curtir, achar graça e fazer piadinha.

Animais não são brinquedos

Com esses exemplos, é oportuno dizer que animais, sejam domésticos, de estimação, selvagens, silvestres ou exóticos não são brinquedos.

Os animais são seres sencientes com suas sua naturezas, características e necessidades que precisam ser respeitadas.

Fontes: 

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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