Pele de burro vendida criminosamente em redes sociais


Uma nova investigação apurou que uma grande quantidade de pele de burro vem sendo comercializada de forma ilegal pela Internet.

Os vendedores estão comercializando as peles de burros através de mídias sociais como Facebook, Instagram, YouTube e também mercados online.

A responsável por essa investigação é a entidade de proteção animal Donkey Sanctuary.

Descobertas bombásticas

A Donkey Sanctuary estima que cerca de 4,8 milhões de burros são traficados e mortos por ano para extrair e comercializar suas peles, e também para produzir ejiao, um remédio tradicional chinês.

Essa investigação também evidenciou que esse comércio criminoso online de pele de burro dá brecha e abre espaço para outros tipos de tráficos ilegais envolvendo animais selvagens e outros tipos comércios ilícitos.

As descobertas fazem parte do relatório intitulado “O comércio global de peles de burro: uma bomba-relógio” .

Além da investigação da Domkey Sanctuary, esse relatório tem por base as pesquisas das instituições:

Os danos que envolvem esse comércio

Todo esse comércio ilegal ocorre no nível global e provoca uma grande crueldade com os burros, que sofrem desde a apreensão até o tráfico e o abate.

Em muitos países africanos, por exemplo, as populações de burros estão entrando em extinção e sofrendo o indizível por causa da produção e comercialização do remédio chinês ejiao.

Para conter essa crueldade, o Quênia, um desses países africanos, estabeleceu a proibição da exportação desses animais em março de 2020. Entretanto, isso não foi suficiente para impedir uma empresa de oferecer para venda 2.000 peles de burros. Isso foi comprovado por um investigador disfarçado de comprador em janeiro de 2021.

Outro agravante é que o comércio de peles de burro envolve contrabando transfronteiriço, tráfico de armas e até sequestros, de acordo com relato proferido em podcast pela Global Initiative Against Transnational Organized Crime.

Outros crimes em paralelo

Uma das pesquisas envolvidas no relatório da Donkey Sanctuary descobriu que diversos traficantes que vendem as peles de burros também comercializam produtos provenientes da vida selvagem, como marfim de elefante, escamas de pangolim, peles e partes de grandes felinos, entre outros animais.

Outras descobertas apontadas pelo relatório é que dentre os 382 vendedores de pele de burro em sites de comércio eletrônico vários deles também realizam vendas de drogas, passaportes falsos e até partes de corpos humanos.

Países coniventes com essa crueldade

O pior é que ainda existem países onde a exportação de peles de burro é legalizada, como por exemplo, 20 países que mantêm acordos de comércio de peles com a China.

Essa legalidade abre caminho para a comercialização de outros produtos ilegais extraídos de animais selvagens e drogas, que através de investigações foram encontrados embrulhados juntos com as peles de burros.

Necessidade de ação das plataformas online

As plataformas de comércio eletrônico e mídias sociais podem ajudar a coibir esses tipos de práticas ilegais agindo de forma mais contundente e rigorosa.

Recomendações feitas no relatório

O relatório da Donkey Sanctuary também tem recomendações para governos nacionais, agentes de transporte globais e para a indústria de ejiao.

Uma dessas recomendações envolve o apelo para deixar de usar as peles completamente, mudando para matérias-primas que não envolvam crueldade com os animais.

Como podemos apoiar o fim dessa crueldade

Quem compra os produtos obtidos de toda essa crueldade, financia este tipo de comércio ilícito e contribui para promover o declínio da vida selvagem e da biodiversidade.

Para acabar com esse comércio insano é preciso parar de comprar estes produtos e também reivindicar o fim desse tipo de produção.

Uma forma de fazer essa reivindicação é compartilhar essas informações para que mais pessoas saibam e apoiem o fim dessa atividade terrível.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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