Por que você não deve perguntar às crianças ‘o que elas querem ser quando crescerem’


Você é o seu trabalho? Essa é uma pergunta que, aparentemente, pode parecer fácil de responder, mas olhe ao seu redor: em um mundo que valoriza a produtividade e onde as horas trabalhadas compõem a maioria das horas diárias das pessoas, talvez a resposta não seja tão simples.

No entanto, não se engane, o trabalho deve ser uma parte da vida, mas não toda ela. E, principalmente, não deve reduzir a potência do ser de cada pessoa. Por isso, a pergunta que muitos adultos fazem para as crianças “O que você vai ser quando crescer” pode não ser uma boa ideia, se o que você quer dos seus filhos, por exemplo, é que eles desenvolvam todas as potencialidades deles como seres humanos.

“Perguntar para uma criança o que ela quer ser quando crescer é uma ofensa. Como se ela fosse receber um crachá de ‘ser’ só quando adulto. Isso é apagar o que ela é”. A sábia frase foi proferida pelo líder indígena, Ailton Krenac, durante o evento “Ciranda de Filmes”, que está em sua 5ª edição e acontece em SP. É importante que as crianças sintam que já “são” e não que “serão” apenas quando crescerem. Na verdade, talvez resida nelas uma maior potencialidade de apenas ser.

Além disso, os pais e cuidadores precisam estar atentos para respeitar o tempo das crianças, pois elas, como ninguém, conseguem estar no presente, apenas vivendo. Sem preocupações com o que foi, o passado, e como o que será, o futuro. Não tumultue a vida delas com exigências da vida adulta, que elas ainda não têm condições de entender, e nem devem.

Deixe-as serem. E lembre-se sempre que ninguém “é” por inteiro. Todos “estão” sempre, e em constante mudança. E as pessoas são muitas, e modificam-se o tempo todo. Ninguém é inteiro, todos são partes incompletas desse grande quebra-cabeça que é a vida. Por isso, não pergunte para uma criança “O que ela quer ser quando crescer”. Ela já é. E certamente tem muito a ensinar a respeito do que é ser, longe das obrigações profissionais, dos rótulos impostos e das funções sociais.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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