Guerra cultural: Rússia pede à Itália obras de arte de volta


A russofobia que começou provavelmente na Itália e se espalhou feito vírus, vem causando estragos não menos doloridos à humanidade. Agora, como troco, é a Rússia que começa a reivindicar sua arte de volta.

Veja a que ponto de degradação chegamos.

Primeiramente na Itália, um maestro chamado Valery Gergiev foi expulso do Teatro alla Scala de Milão porque não quis se pronunciar contra Vladimir Putin, a pedido do prefeito da cidade.

Logo depois, Dostoiévski foi banido da Universidade de Bicocca, sempre em Milão, onde um curso sobre o grande autor russo seria ministrado pelo escritor Paolo Nori.

Ainda no país da pizza, um fotógrafo de renome internacional, Alexander Gronsky, foi excluído do Festival Europeu de Fotografia na Reggio Emilia 2022.

Mais recentemente, a loucura chegou a ser paga por Michelangelo, que teve seu Davi coberto por um saco de lixo em uma praça em Florença como protesto à guerra. Protesto? Qual protesto se a ignorância deveria ser combatida com arte, cultura e história? Mas o vírus da ignorância é forte e ágil, assim, também no Brasil e em outras partes do mundo, tudo o que era arte russa passou a ser boicotado: cursos, mostras, festivais, etc.

É o vírus da ignorância tentando cancelar o incancelável que é a formidável arte russa.

Os russos também viraram, da noite para o dia, personae non gratae. Na Semana de Moda de Paris, por exemplo, a Fédération de la Haute Couture et de la Mode cancelou o desfile virtual do estilista russo Valentin Yudashkin.

O troco russo

Um imenso patrimônio artístico e cultural se encontra em meio a uma guerra, travada entre dois países que até ontem eram uma mesma nação. Uma guerra que ergueu uma cortina de ferro entre a Rússia e o ocidente, com ajuda da inexorável alavanca da cultura do cancelamento.

Agora porém, é a vez da Rússia contra-atacar, pedindo firmemente à Itália algumas obras emprestadas a dois grandes museus de Milão, o Palazzo Reale e a Gallerie d’Italia.

O grande urso dono das obras “Jovem com chapéu de penas” de Ticiano e a “Jovem com um velho de perfil” de Giovanni Cariani, deu o prazo de até o final de março para as peças retornarem à casa, ou seja, ao museu Hermitage de São Petersburgo, de onde foram emprestadas.

Já pensou que perda se a Rússia pudesse cancelar toda a contribuição que sua arte deu à humanidade? Que reles mortais nos tornaríamos reduzidos ao vírus da ignorância e da pandemia dos mal-informados?

Realmente é hora, mais do que nunca, de estudar, se informar e apreciar aquele pouco de beleza que restou de nós.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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