O modelo israelense mostra: a vacinação não está funcionando como deveria


Israel foi um modelo… mas talvez seja agora a hora de tirar a máscara. Explicamos:

O país foi notícia em abril como o primeiro a tirar a máscara anti-Covid por ter vacinado a maior parte da população (hoje quase 70% vacinada, veja aqui dados atualizados).

Mas agora o momento é crítico, “estamos em uma corrida contra a pandemia”, disse o Ministro da Saúde de Israel, Nitzan Horowitz de 56 anos, enquanto recebia a terceira dose da vacina anti-Covid-19 no dia 13 de agosto, dia em que seu país virou de novo modelo, ao se tornar  a 1ª nação a oferecer a 3ª dose da vacina.

Vamos aos dados

De acordo com artigo publicado na revista Science, Israel tem um dos níveis mais altos de vacinação, com 78% dos maiores de 12 anos totalmente vacinados, a grande maioria com a Pfizer.

E como é que, não obstante o “sucesso” da vacinação, o país venha registrando uma das taxas de infecção mais altas do mundo? São quase 650 novos casos diários por milhão de pessoas!

A culpa é de quem?

A imunidade de rebanho a essa hora deveria ter funcionado, certo? As vacinas causam variantes ou os não-vacinados é quem são os culpados? A verdade é que ninguém sabe nada, como nunca soube.

No momento estão dando a culpa à “extraordinária transmissibilidade da variante Delta” (tipo assim, parabéns para o vírus, afinal, como ser vivente, sua missão é passar seu RNA pra frente). Mas aí a eficácia das vacinas já começa a dar sinais de pouca eficácia ou, como preferem dizer, seus benefícios diminuem com o tempo.

Onde isso vai parar?

As vacinas anti-Covid foram elaboradas para atenuar as complicações e reduzir as hospitalizações. “Só” isso! Mas enquanto as pessoas se vacinavam, o vírus se especializou em se replicar rapidamente. No meio tempo, teve gente que decidiu viver a vida e tirar as máscaras. (caso Israel), e deu no que está dando: bateção de cabeça de novo.

Não vai dar para colocar o mundo enfurnado de novo, nem pedir pro povo se vacinar a cada 3 ou 6 meses.

Milésimo round

O que diz a Science é que o modelo israelense sugere que mesmo os países super vacinados poderão ter um aumento repentino da variante Delta.

“Este é um sinal de alerta muito claro para o resto do mundo”, diz Ran Balicer, diretor de inovação da Clalit Health Services (CHS), a maior organização de manutenção da saúde de Israel (HMO). “Se isso pode acontecer aqui, provavelmente pode acontecer em todos os lugares.”

“Eu observo [os dados israelenses] muito, muito de perto porque são alguns dos melhores dados que estão surgindo em qualquer lugar do mundo”, diz David O’Connor, um especialista em sequenciamento viral da Universidade de Wisconsin, Madison. “Israel é o modelo”, concorda Eric Topol, médico-cientista da Scripps Research. “São vacinas puras de mRNA [RNA mensageiro]. Chegou cedo. Tem uma população de alto nível [absorção]. É um laboratório experimental em funcionamento para aprendermos. ”

O que Israel está mostrando é que a luta contra a Covid pode ter décimo, vigésimo, milésimo round, visto que a eficácia das vacinas está deixando a desejar.

Modelo de preocupação

Um país que liderou o mundo no lançamento das vacinas e na coleta de dados, agora está quase à beira do limite das internações. Quase 60% dos pacientes gravemente enfermos estão totalmente vacinados, então surge a pergunta: quanto do aumento atual dos casos é devido à diminuição da imunidade, e quanto do aumento é devido aos super poderes da variante Delta?

São apenas novas perguntas, que se juntam à tantas outras sem respostas, que a pandemia vai levando na barriga.

Resumo da ópera, ou melhor, do modelo israelense: hospitais lotados, a maioria dos pacientes hospitalizados está realmente vacinada, médicos e enfermeiros estão exaustos. Caos de novo!

Diante da bateção de cabeça a melhor das crenças é “as vacinas funcionam, mas não o suficiente”, então, para reforçar sua eficácia, quase 1 milhão de israelenses já receberam a terceira dose da vacina.

Leia aqui a matéria completa da Science e tire suas próprias conclusões.

Se a solução para o fim da pandemia for vacinação sem fim + distanciamento + uso de máscara, ou seja, viver com medo de morrer, talvez seja hora de começar a ver novas soluções.

De lixo hospitalar, de desmatamento, de maus-tratos aos animais ninguém fala, tampouco de testes e tratamentos, prevenção, aumentar a imunidade para combater o vírus. É como se nada disso tivesse a ver ou não fosse digno de discussão diante da promissora eficácia das vacinas.

O vírus tá ganhando. O homem não é a espécie mais inteligente (sapiens) nem a mais criativa. Haja paciência!

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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