Mineração sustentável? Será que é possível? 


Um setor pouco falado quando o assunto é preservação ambiental, a mineração é uma das atividades mais danosas para o meio ambiente e uma fonte de exploração humana sem igual. Porém existem algumas iniciativas – especialmente de startups – para tornar esse setor mais sustentável em longo prazo. Será que isso é possível?

O grande dilema

Para começar, existe um grande dilema: na transição para uma economia mais verde, que seja menos dependente de combustíveis fósseis e utilize mais fontes de energias renováveis, é necessário recorrer à extração de minérios, um dos segmentos mais poluentes atualmente.

Além do processo de extração de minérios do solo, há o transporte, o processamento e o refinamento dos metais, além do descarte de resíduos, potencialmente tóxicos. Tudo isso gera muito consumo de energia e água, poluição do ar e resíduos perigosos.

Porém, novas tecnologias estão buscando tornar o processo tão sustentável quanto possível. Será possível?

Uma reportagem da National Geographic aponta que, no processo de extração por exemplo, existem startups de exploração mineral estudando formas de utilizar a ciência de dados e a inteligência artificial para procurar depósitos de metais. Isso reduziria o impacto na busca por minerais, além de otimizar o processo, facilitando a busca por minérios de alta qualidade.

A mineração, atualmente, responde por 6% da demanda mundial de energia e 22% das emissões globais. Esses dados mostram o quanto o processo de transporte e processamento consomem energia e o quanto o setor ainda é dependente de combustível fóssil na operação de suas máquinas.

No caso do lítio, um minério utilizado em baterias, já existem estudos para usar energia geotérmica livre de carbono, provenientes de salmouras geotérmicas (águas quentes e ricas em minerais) para obtenção do lítio. Além de menos poluente, essa forma de trabalho gasta muito menos água durante o processo.

Uma outra forma estudada no setor é a utilização de minas antigas e abandonadas, onde é possível extrair de seus resíduos, cobalto, níquel e manganês (usados na fabricação de baterias de veículos elétricos).

Os rejeitos da mineração, que são potencialmente tóxicos, tendem a ser enterrados no local gerando riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Porém a mineração em determinados tipos de rochas pode absorver o carbono do ar. Dessa forma, esses rejeitos podem consumir CO2 da atmosfera e colocar esse mesmo CO2 em uma forma mineral sólida, um método durável e permanente de armazenamento de carbono.

Esperança

Embora muitas dessas iniciativas ainda esteja longe de serem aplicadas em larga escala comercial, há esperança para o setor.

É importante que políticas públicas claras e rígidas passem a proteger o meio ambiente e a população. Como sabemos, a mineração é uma atividade danosa que está sobretudo em países menos desenvolvidos, explorados pelos desenvolvidos.

As empresas de tecnologia vêm geralmente de países ricos. Ou as tecnologias de ponta passam a ser desenvolvidas nos países pobres onde a mineração é uma atividade econômica forte, ou é preciso muita força política para combater trabalho escravo e devastação ambiental nestes lugares.

É aquilo que chamamos de racismo ambiental. Quando o dano é dos pobres ninguém está nem aí.

Leia a matéria completa da National Geographic nesse link.

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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