15 pontos principais a se considerar em 2023 pela conservação da Terra


Desde 2009, cientistas e conservacionistas do mundo todo se reúnem sob a direção de pesquisadores da Universidade de Cambridge, para levantar as principais questões relacionadas a meio ambiente, ecologia, biodiversidade, conservação, crise climática e afins, no intuito de ajudar a sociedade e os políticos a tomarem ações que contribuam para a sustentabilidade ambiental com mitigação das ameaças climáticas.

Pois bem! Este ano o grupo apresentou 15 questões que se enquadram em quatro categorias principais:

  • uso de recursos
  • perturbação de seres vivos e habitats
  • inovações tecnológicas
  • políticas e leis.

Aqui estão os 15 pontos principais a se considerar em 2023 para a conservação da Terra. Trata-se de um resumo dos pontos extraído do The Guardian. Leia aqui na íntegra.

A quitina extraída das conchas

Para substituir o plástico e outros itens problemáticos ao meio ambiente, tem-se visto um aumento da busca pela quitina, uma molécula encontrada em moluscos, insetos e fungos, o que ameaça a biodiversidade pelo aumento da coleta de organismos marinhos. Uma solução pode ser a coleta da quitina de insetos alimentados com lixo orgânico, maximizando benefícios e minimizando danos.

O lado escuro do lítio

A demanda por lítio, metal usado na fabricação de baterias de carros elétricos e dispositivos eletrônicos, pode aumentar a mineração ou formas de extração ainda mais perigosas, como vimos, o deep sea mining.

Porém, existem soluções sustentáveis, como vimos aqui -> As revolucionárias baterias super econômicas feitas de sal marinho

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Produção e descarte de pilhas e baterias

A produção e o descarte de pilhas causam impactos ambientais, pois envolvem metais tóxicos e é um problema a ser resolvido. Existem alternativas, por exemplo, sendo possível criar pilhas de base biológica que produzem eletricidade usando moléculas biológicas para quebrar outras moléculas biológicas, liberando elétrons no processo.

Reciclagem de urina

Urina pode reduzir a necessidade de produzir e transportar fertilizantes minerais, que demandam energia em todo o processo de produção, e deixam resíduos no ambiente.

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Fertilizante natural

Os fertilizantes minerais são fundamentais na agricultura de grande escala, mas têm seus custos ambientais: exigem combustíveis fósseis para serem fabricados, produzem gases de efeito estufa que aquecem o planeta e poluem água e ar, causando danos a plantas e animais silvestres.

A solução DIY é plantar culturas que obtenham nitrogênio de bactérias que vivem dentro ou perto de suas raízes, que podem literalmente retirar a substância do ar – um processo conhecido como “fixação biológica de nitrogênio”. Com maiores investimentos, essa tecnologia pode ser ampliada para ser aplicada em escala maior.

Aquecimento da água do mar

A água dos mares e oceanos ajuda a equilibrar o clima na Terra, além de distribuir nutrientes ao próprio ecossistema. Mas à medida que a atmosfera e a superfície do oceano esquentam, coloca-se em risco o ciclo natural da água salgada que através de sua camada superior realiza tal equilíbrio.

Iluminação profunda

O uso de luz artificial para pescar em águas profundas tem aumentado e pode colocar em risco uma biodiversidade delicada, que se adaptou na escuridão das profundezas.

Preservar zonas úmidas

As zonas úmidas encontradas ao longo das costas oceânicas, como os manguezais, lagoas, etc, além de ser habitat de uma grande variedade de plantas e animais, também beneficiam os humanos, protegendo a terra das tempestades e evitando o aumento do nível do mar. Como as zonas úmidas estão em constante ameaça, talvez seja tarde demais para contar com essa ajuda natural. A preservação é para ontem.

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Conservando microcomunidades

Biodiversidade não é apenas plantas e animais. Miicrorganismos invisíveis também fazem parte dela e também estão sendo modificadas pelo homem, com todas as implicações cientificas e políticas que isso possa ter.

Anfíbios doentes


Perkinsea, um protista que mata girinos, parece estar se espalhando da América do Norte para outras partes do mundo. O comércio de anfíbios e a mudança climática estão favorecendo o aparecimento de doenças que podem se espalhar rápido e colocar a biodiversidade em risco, com grandes problemas para todos. Lembrando que anfíbios são comedores de insetos… já pensou?

Soluções personalizadas

Assim como medicamentos podem ser personalizados, seja em termos de cura que de reações adversas, para os conservacionistas uma abordagem semelhante poderia ser estudada, a fim de reduzir danos e  ameaças à espécies e ecossistemas, causados por produtos químicos como agrotóxicos, antes que estes sejam aprovados para uso.

Armazenar energia na forma de calor

Cientistas estão trabalhando para criar um novo tipo de bateria que usa calor para gerar eletricidade. São os chamados sistemas termofotovoltaicos, e podem ajudar a reduzir a necessidade de combustíveis fósseis, baterias convencionais e outros sistemas de geração de eletricidade atuais, que causam danos ambientais. Energia 100% limpa é possível?

Plástico rico em microrganismos

O plástico que se acumula em enormes aglomerados nos mares e oceanos são chamados de “manchas de lixo”. Apesar de serem prejudiciais à vida oceânica, são ricos em organismos que vivem na interface do ar e da água. Embora não sejam naturais, esses organismos podem servir de alimentos para peixes, tartarugas e outros animais. Segundo os conservacionistas, esforços para livrar o oceano do lixo deveriam considerar como proteger esses organismos do processo.

Plantar árvores sim, porém…

Para sequestrar carbono e cultivar biomassa para combustível, governos estão plantando grandes extensões de árvores de uma única espécie em terras não florestadas. Isso é obviamente perigoso, pois há o risco de espalhar espécies invasoras e não nativas em florestas nativas, destruindo ecossistemas locais.  Editar o genoma destas árvores para torná-las estéreis e evitar invasão, tampouco é uma ação inócua. Plantar árvores é bom, mas nem sempre é ótimo ou a melhor solução.

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Conservação crescente

Mais e mais pessoas e governos estão interessados em investir na conservação ambiental. Essa é uma tendência de 2023 que tende a aumentar, para o bem de todos. Oxalá e Feliz Ano Novo!

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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