Acordo inesperado EUA-China na COP26 para cortes imediatos de emissões


Um acordo inesperado entre os Estados Unidos e a China foi amplamente bem visto pelas figuras globais e especialistas em clima da COP26.

Na quarta-feira, 10, os dois maiores emissores do mundo divulgaram uma declaração conjunta que visa cortes imediatos de emissões de gases que agravam a crise climática no mundo.

O acordo exige regulamentações “concretas e pragmáticas” na:

  • descarbonização;
  • redução das emissões de metano;
  • e combate ao desmatamento.

“Um passo importante na direção certa”

Figuras globais e especialistas em clima receberam bem o acordo. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, chamou a medida de “um passo importante na direção certa”.

Genevieve Maricle, diretora de ação de política climática dos EUA no WWF, disse que o acordo bilateral EUA-China, as duas maiores economias do mundo,

“…têm o poder de desbloquear vastos fluxos financeiros dos setores público e privado que podem acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.”

Acordo climático bilateral EUA-China

Para o especialista Thom Woodroofe, agora sim o diálogo EUA-China sobre o clima pode começar a se traduzir em cooperação, (cooperação interrompida pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Paris, 2014, que retirou o país do pacto).

O chefe da política climática da UE, Frans Timmermans, concorda que o pacto entre os dois países abre espaço para esperança:

“Isso mostra que… os EUA e a China sabem que esse assunto transcende outras questões. E certamente nos ajuda aqui na Cop26 a chegar a um acordo”.

Declaração carece de compromissos

Ainda assim, alguns especialistas e ativistas ambientais observaram que a declaração carece de compromissos que reduziriam significativamente os gases que retêm calor.

O objetivo é um acordo de um aquecimento que não exceda  1,5 °C e a pressão é cada vez maior para isso acontecer.

Bernice Lee, diretora de pesquisa da Chatham House, disse que embora a cooperação entre os EUA e a China seja positiva, “os detalhes permanecem irregulares“:

“O comunicado não é suficiente para fechar negócio. O verdadeiro teste de Washington e Pequim é o quão duro eles pressionam por um acordo alinhado ao 1,5 °C aqui em Glasgow”.

Ainda é muito pouco para salvar o planeta, não?!

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Lara Meneguelli


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