Precificação global do carbono: pagar por cada tonelada de CO2 emitida para conter o aquecimento global


De acordo com um relatório do The World Economic Forum (WEF), as empresas com altas emissões de gases de efeito estufa terão que mexer no bolso. O WEF propõe que os emissores paguem por cada tonelada de dióxido de carbono emitida.

Segundo o relatório divulgado, criar um preço internacional para a poluição pode reduzir os gases do efeito estufa em 12 % a um custo de menos de 1 % do PIB global.

Atualmente, o preço do carbono está definido em algo em torno de US $ 0 e mais de US $ 130 por tonelada de CO2.

O esquema proposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), determina que as empresas em países de alta renda estariam sujeitas a um preço de carbono de U$ 75 para cada tonelada de dióxido de carbono emitida. Para países de renda média o preço cairia para U$ 50 e U$ 25 para países de baixa renda.

Desafios por trás de um preço global de carbono

Os desafios políticos e técnicos por trás da criação de um preço global de carbono são muitos. Estão à margem os diferentes esquemas internacionais para reduzir as emissões de carbono que incluem o comércio de emissões obrigatórias e impostos de carbono, além de esquemas voluntários de compensação de gases do efeito estufa.

Børge Brende, o presidente do WEF, disse que embora as conclusões do relatório sejam “extremamente positivas”, a cooperação entre governos e empresas do setor privado seria a chave para que a precificação do carbono avançasse e acelerasse os esforços para um processo mais sustentável e inclusivo de recuperação.

A precificação do carbono é uma situação mundial desigual. A ampla participação no preço do carbono definido em toda a economia global, mesmo com preços reduzidos para países de baixa e média renda, levaria a um “vazamento de carbono” de empresas que transferem sua produção para países onde os preços do carbono são mais baixos.

Apesar dos desafios a serem percorridos, definir um preço global para o carbono poderia dar uma contribuição significativa para combater o aquecimento global ao acelerar as reduções de emissões.

Kristalina Georgieva, diretora-geral da Fundo Monetário Internacional, afirmou à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) que quase 25% das emissões foram cobertas por preços de carbono em 2021, mais do que os 17% do ano passado.

“Temos um caminho longo para percorrer quanto à cobertura, mas a transição para a integração da precificação do carbono está aí, e estamos trabalhando duro para ajudar os países a fazerem esta transição”.

Tributar os emissores de carbono custaria menos do que as perdas econômicas desencadeadas pelas consequências de uma crise climática descontrolada. A mudança é pra já!

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Lara Meneguelli


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