Dia da Terra 2021: salvemos a Terra da pandemia da ignorância ambiental


Hoje, 22 de abril, o mundo todo está celebrando o Dia da Terra.

A data, que já era importante, com a pandemia tornou-se crucial para pensarmos e definirmos juntos, como será possível continuar a habitar o planeta Terra.

Se é que será possível.

Como nós escrevemos nos nossos stories no Instagram:

Não é possível comprar outro planeta no Amazon.

Não herdamos a Terra dos nossos antepassados, pedimos emprestada aos nossos filhos (provérbio queniano).

Um mundo melhor é possível somente através do amor, da gentileza, do respeito e da gratidão à Mãe Terra. Com menos egoísmo e mais consciência ecológica, através do respeito a todas as formas de vida.

Mas infelizmente não é isso que temos visto.

Pandemia da ignorância ambiental

Apesar da ignorância dos negacionistas, sabemos que a mudança climática é uma questão que a humanidade inteira já está tendo que enfrentar. E a pandemia do novo coronavírus é prova disso.

Com o lockdown, muitos países viram seus ares mais respiráveis e a natureza voltando a tomar espaços antes totalmente dominados pelo homem.

Bombou nas redes, vídeos de toda a sorte de animais selvagens, que durante o lockdown, deram às caras nas ruas vazias das grandes cidades. Pena que o tempo que durou não foi suficiente para tomarmos consciência. E hoje, um ano depois, o que se vê é a natureza literalmente sufocada pelas máscaras descartáveis que matam animais de todo tipo:

Com a pandemia, entendemos que trabalhar em casa economiza gases poluentes dos transportes na atmosfera, que cozinhar em casa é bom para a saúde, que comprar roupa da moda é apenas aumentar o lixo. Mas rapidamente o home office virou por um lado escravidão àqueles que trabalham, e desemprego àqueles cujos trabalhos é estar nas ruas.

Toda uma série de benefícios ambientais que a pandemia nos fez vislumbrar, foi rapidinho por água abaixo e o resultado parece ser pior que antes. Agora temos mais lixo e o consumo continua firme e forte (para quem pode).

A consciência da simplicidade não se sustentou nem com a ameaça do vírus.

E seguimos maltratando os animais

Recentemente a OMS divulgou um relatório sobre as 4 possíveis causas da origem da pandemia. Ainda não se sabe como (se de um animal, se de dois animais) nem onde (se na China ou em outro país) nem quando (se em dezembro de 2019 ou antes) surgiu a pandemia.

O que se sabe é que o vírus veio de um animal, e muito provavelmente de um animal selvagem.

Para bom entendedor, pingo é letra. Destroem habitats, confinam milhares de animais selvagens em ambientes insalubres e esperam que nada aconteça. E ainda que não sejam animais selvagens, que sejam aqueles mais comercializados: vacas, porcos, frangos, o problema é o mesmo.

O consumo de carne (não precisa ser de morcego) está destruindo a biodiversidade da Terra. Para fazer pasto, destroem florestas, pegam os animais e os tratam como mercadorias, como se não tivessem sentimentos. Junte isso às condições das fazendas. Se algumas são super  limpas e organizadas, para manter a saúde dos animais é preciso bombar de antibióticos (isso causa o surgimento das superbactérias resistentes). Se são fazendas clandestinas de animais selvagens, nem precisa falar.

O SARS-CoV-2 muito provavelmente veio ou o do morcego, ou do pangolim, ou de visons, ou passou de um para o outro até chegar ao homem.

A Terra está na UTI da Covid

No começo da pandemia, diziam que a natureza estava se vingando. Agora só se fala em vacina, em novo lockdown e a questão ambiental ficou pra trás. Mas vacina e lockdown, embora sejam armas das quais mais se acredita cientificamente na eficácia, estão gerando lixo pandêmico: é lixo hospitalar a go-go, e plástico do delivery quando em muitos lugares está tudo fechado.

Sem falar em depressão, fome, desemprego, etc.

É hora de tratar a pandemia como sindemia, pensar no porquê desse vírus estar aí circulando, e calcular os danos ambientais disso tudo, até para evitar novas pandemias.

Assim como a mudança climática, a pandemia é resultante da destruição ambiental que o homem tem causado ao planeta. Isso é simples de entender e não somos nós quem estamos falamos, são ambientalistas renomados, como a Jane Goodall por exemplo.

Se não tivermos entendido isso em 2020 é preciso esperar a última que morre, ou seja, a esperança que, inclusive, está na UTI da Covid-19.

Para celebrar o Dia da Terra 2021

Para celebrar o Dia da Terra 2021, e dar oxigênio à esperança, foi preparada pela Earth Day uma programação de 3 dias com um plano de ação climática para engajar o mundo todo.

O primeiro dia de comemorações começou no dia 20, com uma cúpula virtual global do clima para jovens ativistas. Ontem, 21 a cúpula discutiu a importância da educação no combate às mudanças climáticas.

Para mais informações, acesse -> aqui o site oficial do Earth Day, em português.

Hoje, começando às 12 horas do leste dos EUA, no último dia da programação haverá workshops, painéis e apresentações especiais para discutir processos naturais, tecnologias verdes emergentes e pensamento inovador que podem restaurar os ecossistemas do mundo.

Outros tópicos discutidos serão:

  • Alfabetização climática e ambiental
  • Tecnologias de restauração climática
  • Esforços de reflorestamento
  • Agricultura regenerativa
  • Equidade e justiça ambiental
  • Ciência cidadã
  • Limpezas e muito mais.

Agora ou nunca

Muita gente do mundo inteiro estará conectada ao Dia da Terra, na esperança de construir um mundo melhor hoje, e um planeta habitável para as futuras gerações.

Se havia alguma dúvida, antes da pandemia, sobre a emergência climática, 2020 se tornou um divisor de águas.

Não podemos comprar um novo planeta pela Amazon, não podemos lutar contra a natureza até porque ela não é nossa inimiga, ela é tudo, ela é nossa vida.

O coronavírus está aí avisando e tem um exército de variantes fazendo coro. Façam vacinas, façam o que puderem mas sobretudo cuidem da Terra. É agora ou nunca!

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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