Kosher: quais alimentos são considerados impróprios na tradição judaica


A palavra Kosher pode significar adequado, apropriado, limpo ou puro, e refere-se à comida e sua preparação, conforme regras e rituais milenares, tradicionais e religiosos judaicos.

Segundo estas tradições, certos alimentos são “proibidos” por serem mais “pesados” para o corpo e prejudiciais para a energia de quem os consome.

Para seguir e garantir o consumo adequado dos alimentos, os judeus compram produtos certificados como Kosher identificados com um selo hekhsher, que sinaliza que o rabino ou grupo autorizado certificou o produto.

Os alimentos com certificação rabínica denotam que o local em que foram processados foi inspecionado para garantir que os padrões kosher sejam mantidos.

Veja a seguir quais são as regras básicas Kosher e porque são seguidas pelos praticantes do judaísmo.

Regras básicas

Basicamente são respeitadas as seguintes regras alimentares para os religiosos judaicos:

  • Carne e leite nunca são combinados, porque considera-se que esta mistura faz mal à alma humana. Inclusive, a Torá tem uma alusão simbólica a esse respeito: “Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.”
  • Frutas, legumes e grãos são considerados kosher
  • Como na Torá, vermes e insetos vivos ou mortos são considerados impuros, as verduras, frutas e hortaliças devem ser minuciosamente examinadas.
  • Vinho ou suco de uva devem ter certificados kosher, porque a lei religiosa judaica exige que essas bebidas sejam produzidas e manuseadas por judeus praticantes da Torá.
  • O consumo de certas carnes são consideradas impróprias para os judeus, como: carne de porco, aves de rapina, aves necrófagas (galinhas, patos, gansos, perus e pombo), peixes de couro (bagre, cação, esturjão, peixe-espada), moluscos (lula, polvo), frutos do mar (ostras, mariscos) e crustáceos (camarão, lagosta, siri e caranguejo).
  • As regras para os judeus que ainda consomem carne (pois o  número de judeus veganos tem crescido em Israel) é que seja proveniente de animais ruminantes com casco fendido em dois (por exemplo bovinos e caprinos); peixes com barbatanas e escamas; aves que sejam “limpas”, ou seja, não se alimentam de restos orgânicos ou sejam carnívoras. Porém, somente a carne, sem o sangue, que é considerado espiritual, por ser a essência e conter a energia do animal.

Origem e História

Conforme as tradições religiosas dos judeus, kosher tem como base as orientações de Moisés e os registros em Levítico 11 e Deuteronômio 14, que foram sendo passados de geração para geração e foram convertidos na Mishná (obra judaica rabínica com os registros da tradição oral judaica) e no Talmud (coletânea de livros sagrados dos judeus).

Ao longo de 4.000 anos aproximadamente, a observância do kosher tem sido uma marca registrada na identidade judaica.

As leis kosher enfatizam que o judaísmo é muito mais do que uma religião e a santidade não se limita a lugares sagrados, mas à vida em sua totalidade. Por isso, a alimentação é considerada  um ato sagrado.

Cuidados

O menor resíduo ou “gosto” de uma substância não-kosher tornará um alimento impróprio. Portanto, para os judeus tradicionalistas não basta comprar apenas comida kosher, há também a necessidade da cozinha  ser “kosher”, o que significa que todos os utensílios, superfícies e fogão usados na preparação de alimentos sejam utilizados exclusivamente para comida kosher.

Uma regra geral é que sempre que um alimento quente entrar em contato com outro alimento ou utensílio, o alimento ou utensílio absorverá seu sabor e sua energia.

Além disso, alimentos e utensílios frios, sob certas circunstâncias (como quando a comida é picante ou salgada, é cortada com uma faca ou fica no utensílio por um longo período de tempo), transmitem o seu sabor e sua energia.

Assim, a comida preparada em uma cozinha ou fábrica não-kosher, invariavelmente tornará o alimento impróprio.

Sentido espiritual

Na tradição religiosa judaica, comer é um ato sagrado do qual se obtém a energia derivada do alimento para servir a Deus.

A Cabala (mística esotérica judaica) ensina que, quando nos alimentamos com consciência e atenção plena nos elevamos, conduzindo a centelha divina do alimento e a nossa, para cumprir o propósito espiritual.

Em suma, você é o que come!

Fontes:

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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