Dia Mundial do Consumidor: alimentação saudável é um direito de todos


Hoje, 15 de março, é o Dia Mundial do Consumidor. Consumir é um direito que vai além da questão jurídica de poder reclamar. Consumir com consciência é uma obrigação em tempos de pandemia. Vamos entender bem porque o consumo, hoje, é um daqueles assuntos que a gente precisa falar.

O Dia Mundial do Consumidor

O Dia Mundial do Consumidor foi criado em 1962, nos Estados Unidos, pelo presidente John Kennedy como forma de proteger os interesses dos consumidores norte-americanos. Mas não se trata apenas de uma data em que se recorda da possibilidade de poder reclamar de direitos violados ao comprar coisa quebrada, estragada e de combater a fraude. Esta é também uma data onde se lembra às empresas que estas têm obrigações a cumprir.

Hoje, no mundo pandêmico, o que se coloca é o próprio direito a consumir. Com a crise econômica que se aprofunda, não sabemos quão fundo do poço esta crise tocará.

Com desemprego à vista, o básico do básico é poder comprar alimento.

Como garantir esse direito de consumo?

Direito ao alimento saudável

No mais não é só consumo, é consumo consciente e de qualidade. É direito ao alimento mas ao alimento saudável. E não é só comida, é diversão ballet como dizia o Titãs.

Temos o direito a ter uma vida saudável, e uma vida saudável implica em alimento saudável, sono de qualidade, atividade física.

Parece uma coisa de gente rica e é! Mas estamos falando do básico e a pandemia está nos tirando de vez o direito ao básico.

Enquanto não se sabe ao certo a eficácia das vacinas (não é negacionismo, é que as vacinas estão sendo administradas agora e com elas estão chegando as variantes), haja esperança e fé! Mas para os realistas é preciso ter pé no chão, e o que se pode fazer ao certo, agora, é usar máscara, evitar aglomeração e principalmente cuidar de aumentar a imunidade.

Não é possível ter boa imunidade comendo veneno (agrotóxico), bebendo álcool para esquecer a pandemia e fumando para aliviar a ansiedadeIsso é fato. Não precisa ser médico para dizer isso.

O fantasma da fome

Mas enquanto falamos do direito a consumir alimento saudável, de outro lado tem gente que não pode consumir alimento algum.

É incrível que a pandemia tenha nos colocado frente à morte por causa de um vírus, mas o vírus da fome é um fantasma que sempre nos circundou e agora está tomando corpo, forte, e de novo.

É hora de tratar a pandemia como sindemia. Não é só morte por falta de leito hospitalar. É morte por falta de alimento também, ou sobretudo.

Pelo menos 10 milhões de pessoas voltam a sentir fome no Brasil, como informa este post no Instagram. O preço dos alimentos disparou e alimento de qualidade, sem veneno, é artigo de luxo. Isso porque, o modelo agrícola que impera, o modelo de maior produtividade e menor preço, é um modelo que adoece e mata não só o consumidor desse alimento, como todo o meio ambiente.

Em 2021 o direito que devemos pleitear é o direito à vida e o direito à vida é, além do direito a poder ser hospitalizado se precisarmos, é o direito ao consumo de alimento saudável, que é a base da nossa saúde, o ponto de partida para não adoecermos nem de Covid nem de outras doenças.

Alimentos saudáveis e sem agrotóxicos devem ser acessíveis a todas as pessoas. É preciso fortalecer a agricultura familiar seja porque ela gera renda às pessoas que sobrevivem dentro de uma lógica capitalista terrível – que é a de competir em um mercado de gigantes – seja porque o modelo da agricultura familiar pode fornecer o alimento saudável que pleiteamos por direito pois, comida não é mercadoria. Comida é direito, como diz o pessoal do @xepativismo.

Catástrofe à vista

Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, avisou: “uma ‘catástrofe’ poderá afetar 34 milhões de pessoas em mais de três dezenas de países que estão a apenas um passo da fome”.

88 milhões de pessoas já estavam sofrendo de “fome aguda” no final de 2020 e “as projeções para 2021 apontam uma continuação desta tendência assustadora”.

Guterres advertiu que “sem ação imediata, milhões de pessoas chegarão à beira da fome extrema e da morte”.

Tudo isso poderia ser evitado se o direito à vida fosse respeitado. E esse direito passa, logicamente, pelo direito a uma alimentação de qualidade.

Se a alimentação é o combustível para o nosso corpo (e também para a nossa alma), além de pleitearmos direito ao atendimento médico em caso de infecção por Covid-19, devemos pleitear o direito ao alimento saudável, sem agrotóxico, ao trabalho que nos dá a possibilidade de optar pelo consumo consciente, e exigir que as empresas façam suas partes, diminuindo, excluindo o quanto possível, o plástico das embalagens dos alimentos, e não enganando o consumidor colocando substâncias viciantes nos alimentos para que compremos mais.

Nessa história de pandemia é hora de abrirmos a consciência. É agora ou nunca.

Não é só vírus que mata. Fome também mata. Agrotóxico também mata.

Nesta data queremos lembrar o direito de consumir alimento saudável. Compartilhe e Feliz 15 de março para todos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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