A carne que você come é “fake”: maciez e suculência conseguidas à base de choques, químicos e gases


O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne do mundo. Mesmo em pandemia, o negócio anda de vento em popa para a exportação, enquanto o preço da carne no mercado interno está nas alturas. Que tal aproveitar o momento para mudar seus hábitos e parar de comer carne de vez, já que o produto passa por um processo assustador?

Suculência nada natural

Sabe aquele momento em que você corta aquela carne macia no churrasco? Essa suavidade e suculência não têm nada de natural; ela é derivada de medicamentos “promotores do crescimento”.

Estudantes de pós-graduação de carnes da Faculdade de Veterinária da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) usam tabelas com valores que medem uma técnica quantitativa, chamada força de corte, para determinar a suavidade de um pedaço de carne através do cruzamento dessa informação com a idade do animal e uso de beta-agonistas, os tais promotores de crescimento.

Não muito longe da capital mexicana, no estado de Michoacán, criadores de gado usam um pó saborizante para deixar a carne das suas vacas com gosto de fraldinha e, até mesmo, de outro animal.

Apesar dessas histórias se passarem no México, a situação aqui no Brasil não é diferente. Uma reportagem do Outras Palavras mostra como é a vida e a morte das vacas que chegam empacotadas e refrigeradas às casas dos consumidores.

Prontos para vomitar?

Tudo começa com um chip colocado na orelha das vacas para implantar nelas hormônios que fazem o animal ganhar mais peso comendo menos.

Basicamente, na pecuária intensiva, o alimento das vacas é composto de uma mistura de fezes de frango e galinha misturadas com serragem, grãos, forragem e praticamente qualquer outra coisa.

A pesquisadora do Centro de Ensino Prático, Pesquisa e Produção em Saúde Animal da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), María de la Salud Rubio, explica que há duas formas de se obter uma carne macia: que o cadáver da vaca amadureça (processo que ocorre, no mínimo, em 24 horas, atingindo seu ponto ideal em 14 dias) ou acrescentar à carne substâncias.

Há uma técnica mecânica de amaciamento da carne, que se dá através de facas parecidas com alfinetes que deixam a superfície do músculo raspada, e uma outra conhecida por “estimulação elétrica”, através da qual correntes elétricas são aplicadas sobre o corpo da vaca recém-morta para romper as suas fibras musculares.

A reportagem mostra, ainda, outros procedimentos artificiais usados para produzir a carne que chega às nossas mesas, uma carne que, pode-se dizer, é “fake”, além de  imputar aos animais um enorme sofrimento.

Leia AQUI a reportagem completa

Por isso, vale a pena pagar tão caro por um produto tão artificial e que provoca dor aos animais, desmatamento e emissão de gases causadores do efeito estufa?

Quem sabe esta não é a hora para tomar a decisão de parar de comer carne?

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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