O Impacto do Ghosting na Saúde Mental


Ghosting, termo que descreve o ato de interromper abruptamente a comunicação com alguém sem explicação ou aviso prévio, tornou-se cada vez mais comum na era digital. O advento das redes sociais e tecnologias de mensagens instantâneas facilitou essa prática, tornando-a uma forma rápida e fácil de encerrar relacionamentos ou interações interpessoais. Embora não seja um fenômeno novo, o ghosting ganhou destaque nos últimos anos devido à sua prevalência e ao impacto que pode ter nas pessoas afetadas por ele.

O que é Ghosting e Por que Acontece?

O ghosting é uma forma de terminar um relacionamento ou interação sem qualquer explicação ou aviso prévio. Isso inclui bloquear ou deixar de responder a mensagens de texto ou ligações, desaparecer completamente da vida da outra pessoa, cancelando conexões de amigo ou seguidor nas redes sociais, etc.

As razões por trás do ghosting podem variar, mas muitas vezes estão relacionadas ao medo do confronto, à falta de habilidades de comunicação, falta de interesse na continuidade do relacionamento e desrespeito à pessoa com a qual se relacionou, de acordo com alguns estudos sobre o tema.

Também pode ser uma resposta ao comportamento hostil do outro (que deu migalhas na relação – breadcrumbling); uma atitude de vingança (como em casos de traição), ou para se proteger de stalker – perseguição.

Há também pessoas que decidem virar um fantasma quando sentem que podem decepcionar o outro, ou seja, por insegurança própria. Ou ainda, se sentem que um encontro com o outro possa despertar emoções, as quais não estão preparados para prosseguir.

Para muitos, o ghosting surge como uma forma de evitar confrontos desconfortáveis ou rejeições diretas. Ou seja, paradoxalmente acham menos cruel desaparecer do que dar explicações rudes. Enfim, os motivos podem ser muitos.

Saiba mais: 

Os Impactos do Ghosting na Saúde Mental e Emocional

©Emily Morter/Unsplash

©Emily Morter/Unsplash

O ghosting pode ter consequências significativas para a saúde mental das pessoas envolvidas. Para muitos, ser vítima de ghosting pode desencadear uma série de emoções negativas e prejudiciais à saúde mental. A falta de fechamento ou explicação pode deixar a pessoa abandonada confusa, ansiosa e até mesmo deprimida. A incerteza sobre o que deu errado ou por que a outra pessoa decidiu desaparecer pode levar a pensamentos negativos sobre si mesmo, autoquestionamento e diminuição da autoestima. Além disso, o ghosting pode gerar sentimentos de rejeição e abandono, especialmente se a pessoa investiu emocionalmente no relacionamento.

Da mesma forma, aqueles que praticam o ghosting podem experimentar sentimentos de culpa ou remorso, especialmente à medida que se acostumam a utilizar essa estratégia como uma forma habitual de terminar relacionamentos.

Essas emoções podem persistir por um longo período de tempo e afetar negativamente outros aspectos da vida da pessoa, como trabalho, estudos e relacionamentos futuros.

Impactos Sociais e Relacionais

Além dos impactos individuais na saúde mental, o ghosting também pode ter consequências sociais e relacionais significativas. A pessoa vítima do ghosting pode se sentir desconfiada e relutante em se envolver em novos relacionamentos, com medo de ser abandonada novamente. Isso pode levar ao isolamento social e dificuldade em confiar em outras pessoas.

Além disso, o ghosting pode criar um padrão de comportamento aceitável dentro de uma cultura de relacionamento, onde as pessoas se sentem livres para encerrar os relacionamentos de forma abrupta e sem consideração pelos sentimentos da outra pessoa. Isso pode levar a um ambiente de desconfiança e falta de empatia, tornando mais difícil para as pessoas estabelecerem conexões significativas e duradouras.

Como Lidar com o Ghosting e suas Consequências

Enfrentar o ghosting pode ser extremamente desafiador, mas existem algumas estratégias que podem ajudar a lidar com seus impactos emocionais. É importante reconhecer e validar seus próprios sentimentos, buscar apoio emocional de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental e focar em atividades que promovam o bem-estar e a autoestima. Além disso, é fundamental lembrar que o ghosting diz mais sobre a pessoa que pratica essa ação do que sobre quem é ghosteado. Não internalizar a rejeição como uma reflexão de seu próprio valor é essencial para se recuperar e seguir em frente.

Tenha em mente que muitas pessoas praticam o ghosting por insegurança própria.

Em resumo…

O ghosting é mais do que apenas uma forma conveniente de evitar confrontos ou rejeições diretas. Ele pode ter um impacto profundo na saúde mental e social das pessoas envolvidas, deixando cicatrizes emocionais duradouras. É crucial que reconheçamos os efeitos prejudiciais do ghosting e trabalhemos para promover uma comunicação aberta e honesta em nossos relacionamentos. Somente assim poderemos mitigar os danos causados por essa prática e promover uma cultura de respeito e empatia nas interações interpessoais.

E você? Já virou um fantasma na vida de alguém ou alguém sumiu do seu horizonte sem dizer adeus? Conte a sua experiência e o que você acha disso.

Fontes:

  1. Forbes Health
  2. Psychology Today

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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