Pareidolia: ver rostos e coisas em tudo o que olha


Pareidolia é um fenômeno psicológico no qual o cérebro humano percebe padrões familiares, como rostos ou formas reconhecíveis, em estímulos aleatórios, como nuvens, rochas, manchas de tinta ou em quaisquer objetos inanimados. Isso ocorre devido a uma tendência natural do cérebro humano em encontrar significado ou familiaridade em imagens ambíguas ou abstratas, mesmo não havendo uma real intenção de reconhecer essas imagens.

Saiba mais sobre esse fenômeno mental e como se manifesta.

Etimologia

A palavra pareidolia vem do grego: “para”= que é junto de ou ao lado de; e “eidolon“= imagem, figura ou forma.

Como se manifesta a pareidolia?

Esse fenômeno se manifesta quase como uma ilusão de ótica. Assim, conseguimos encontrar formas ou imagens familiares (como rostos, animais, objetos) em coisas ou situações (como em nuvens, montanhas, água, em desenhos abstratos e lugares).

Pareidolia: resultado da evolução natural

Acredita-se que esse fenômeno seja resultado do processo de evolução, adaptação e mecanismo de defesa, no qual o ser humano, pela necessidade de se proteger e sobreviver, tende a identificar rapidamente possíveis perigos ou interações sociais.

Para nossos ancestrais, reconhecer rapidamente um rosto em meio a um ambiente complexo era algo muito necessário em termos de sobrevivência, pois permitia que eles identificassem possíveis ameaças ou parceiros sociais. Desse processo resultou a tendência do ser humano em buscar e reconhecer padrões em seu ambiente.

A pareidolia pode se tornar apofenia

A pareidolia pode ser um tipo de apofenia e se transformar em um problema, quando a busca pelo reconhecimento de familiaridade em coisas e objetos vira uma necessidade ou um vício. Por exemplo, ficar olhando para as nuvens esperando receber algum sinal do céu.

Pareidolia associada a doenças mentais

Pessoas neuróticas podem ser mais propensas a experimentar pareidolia, porque vivem em alerta máximo para o perigo, vendo ameaças onde não existem.

Em alguns casos, a pareidolia pode ocorrer de forma atrelada a problemas psicológicos, e isso pode interferir significativamente no dia a dia. Por exemplo:

Transtornos de Ansiedade

A pareidolia pode acontecer de forma associada aos transtornos: obsessivo-compulsivo (TOC) ou de ansiedade generalizada (TAG). Nesses casos, uma pessoa pode experimentar pensamentos intrusivos e recorrentes relacionados à pareidolia e vice-versa, o que pode causar angústia e perturbação.

Transtornos psicóticos

Em situações mais raras, a pareidolia pode se dar como parte de um quadro mais amplo de sintomas psicóticos, como na esquizofrenia ou no transtorno delirante.

Nessas condições, a pessoa pode experimentar alucinações visuais e interpretar externamente estímulos neutros como sendo carregados de mensagens sombrias e prejudiciais.

Transtornos do humor

Em alguns casos de depressão grave ou transtorno bipolar, a pareidolia pode estar presente como um sintoma associado. A pessoa pode atribuir significados negativos ou distorcidos a estímulos neutros, o que reflete a sua visão de mundo influenciada pela doença.

É importante ressaltar que esses casos são específicos e isolados e não representam a maioria das situações em que ocorre a pareidolia, de forma comum e inofensiva.

Pareidolia é normal

A pareidolia é considerada uma resposta normal do cérebro humano, porque ele tem uma tendência natural de procurar padrões e formas familiares, mesmo quando elas não estão presentes de fato.

Nesse contexto, se você ocasionalmente percebe rostos ou padrões em coisas que não têm relação direta com elas, não se preocupe, porque isso é uma resposta comum e não significa necessariamente que haja algo errado com você ou seja uma anomalia.

A pareidolia é apenas uma peculiaridade da percepção humana. E você tem essa peculiaridade mais ou menos pronunciada?

Fontes:

  1. Wikipédia
  2. Buzzfeed
  3. The Cut

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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