Escrita terapêutica: o que é, benefícios e como fazer 


Você já parou para pensar que o velho conhecido “Querido Diário” pode ser uma ferramenta e tanto para ajudar em processos de autoconhecimento e cura emocional? Definida como escrita terapêutica, essa ferramenta tem sido cada vez mais utilizada por pessoas que buscam se conhecer melhor e a seus processos. Essa técnica é muito simples e pode ser feito por qualquer um, bastando para isso ter à mão papel e caneta. Quer saber mais sobre a escrita terapêutica? Confira abaixo o que é, quais os benefícios e como fazer.

O que é escrita terapêutica

A escrita terapêutica nada mais é que usar a escrita como uma ferramenta de terapia. Ela foi estudada, pela primeira vez, pelo psicólogo James W. Pennebaker, em 1980.

Vale lembrar que o método não substitui a ajuda especializada de um terapeuta, mas pode ser bem interessante, especialmente para pessoas introvertidas, que tenham dificuldade de verbalizar emoções e sentimentos.

O ato de escrever sobre o que sente pode ser uma poderosa forma de conhecer a si mesmo, organizar pensamentos e superar dificuldades.

Benefícios da escrita terapêutica

Já existem estudos que comprovam os benefícios da escrita terapêutica. Entre eles é possível citar uma pesquisa (2) da Universidade de Baylor (EUA) que mostrou que pacientes com câncer tiveram recuperação mais acelerada quando passaram a escrever sobre as emoções relacionadas à doença.

Um outro estudo (3), publicado no Journal for Speciailsts in Pediatric Nursina, feito com pais que tinha filhos internados em UTIS conseguiu comprovar que a escrita terapêutica foi eficaz para que os pais identificassem sinais de estresse relacionados ao ambiente e à situação.

Entre os benefícios da escrita terapêutica, é possível citar:

  • Escrever pode ser um ótimo exercício de autoconhecimento, na medida em que traz à tona questões íntimas, e, muitas vezes, inconscientes, envolvendo a pessoa que escreve;
  • A escrita pode ajudar a lidar com situações de estresse ou quadros psicológicos, como ansiedade;
  • O hábito de registrar sonhos, por exemplo, pode ser útil para descobrir questões inconscientes do indivíduo;
  • A escrita pode ajudar ainda na organização de ideias e na criação de uma rotina.

Como fazer escrita terapêutica

O mais interessante da escrita terapêutica é que ela é uma ferramenta de baixo custo, democrática e que pode ser feita livremente. Basta papel e caneta e a vontade de escrever sobre o que sente, quais são as dificuldades, os medos, questões passadas que ainda afetam o emocional, entre outras.

Existem algumas dicas para quem quer começar a praticar a escrita terapêutica. Conheça algumas:

  • Lembre-se de que você escreverá para si próprio e não para os outros. Por isso não se cobre perfeição, nem se atente muito às questões gramaticais. O importante é deixar a escrita fluir, naturalmente;
  • Foque mais no sentimento envolvendo algo, do que na situação em si. Então ao invés de detalhar uma briga com um familiar, por exemplo, prefira dizer como você se sentiu com esse fato;
  • Se possível, separe uma hora do dia, como antes de dormir, e deixe um espacinho com seu caderno e caneta para que possa adotar esse hábito na sua rotina;
  • Uma das técnicas mais eficazes é a do fluxo de consciência puro: nesse método você escreve o que estiver se passando na sua mente, por um período determinado (pode até mesmo cronometrar em um relógio);
  • Você pode escrever sobre experiências ruins. Depois, releia quantas vezes forem necessárias. Essa é uma forma de desocupar o pensamento com tais ocorrências;
  • Faça listas: o que você gosta de fazer, o que não gosta, quais lugares quer conhecer, quais situações te deixam irritado etc.;
  • Caso esteja vivenciado um conflito com alguém, você pode escrever uma carta para essa pessoa, dizendo tudo que sente sobre a situação. Depois, você pode rasgar e jogar a carta fora ou queimar;
  • Tente investigar seus gatilhos emocionais, por meio de frases como “Me sinto assim quando…”;
  • Escreva uma carta para si mesmo, na terceira pessoa.

Não há muitas regras a respeito da escrita terapêutica. O mais importante é ter o desejo e disciplina para transformar o ato de escrever em um hábito e lembrar de que a escrita não é privilégio dos escritores, ela é sim uma poderosa ajuda emocional.

Fontes: 

  1. Minha Vida
  2. DOI:10.1007/0-387-36899-X_13
  3. DOI: 10.1111/jspn.12329
  4. Correio Brasiliense
  5. Psicoativa
  6. Oficina de Escrita

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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