Desabafo de Luisa Mell: trabalho de mais de 20 anos foi desmerecido


Ativista pelos animais há mais de 20 anos, Luisa Mell fez um desabafo em suas redes sociais sobre as polêmicas que envolveram nos últimos dias o instituto que leva o seu nome. Fique por dentro da reviravolta no Instituto Luisa Mell, os argumentos da equipe, o desabafo da ativista e conheça o seu trabalho em prol da causa animal.

Divergências entre Luisa Mell e a equipe do Instituto

Uma série de divergências entre Luisa Mell e a equipe do Instituto levou à mudança de nome dessa Instituição, que passou a se chamar Instituto Caramelo.

Veja na Nota abaixo a alegação da equipe sobre a mudança do nome da Instituição:

A história da parceria Luisa Mell e o instituto

Segundo o Wikipédia, em outubro de 2013, Luisa Mell criou temporariamente a ONG Emergência Animal para resgatar e tratar animais de rua, juntamente com outras pessoas e, em fevereiro de 2015, o mesmo grupo elaborou um Estatuto que constituiu o Instituto Luisa Mell. Então, ela se tornou fundadora do Instituto que levou seu nome.

O fato é que durante 8 anos, Luisa Mell atuou neste Instituto em prol dos animais. O nome da ativista sempre foi uma forma de impulsionar o trabalho da instituição, torná-la mais conhecida e atrair colaborações para ajudar os animais resgatados pela entidade.

Segundo Luisa Mell, uma série de contratempos e divergências fez com que ela perdesse autoridade e poder de decisão e, este ano, 2023, o Instituto passou a se chamar Caramelo, uma homenagem ao cachorro vira-lata, símbolo nacional brasileiro.

A versão de Luisa Mell

Luísa Mell declarou que, após ter apontado várias inconsistências na administração da instituição, deixou de ter o apoio de sua própria equipe. Ela divulgou no último dia 30, um vídeo em que dá a sua versão dos fatos, defendendo-se da acusação de nunca ter doado dinheiro ao instituto. Luisa disse que sempre atuou como fundadora e presidente e nunca recebeu salário, diferentemente de quem escreveu as acusações.

Assista ao seu desabafo no vídeo abaixo:

O outro lado da balança

Independentemente das falhas e desentendimentos entre a ativista e a equipe do Instituto, não se pode negar o trabalho e a história que Luisa Mell construiu e de sua contribuição para a causa animal.

Sua participação no Instituto contribuiu para dar projeção nacional a essa entidade, impulsionar o trabalho de resgate e adoção de animais, conseguir padrinhos para os animais e doações para o Instituto.

Luisa Mell não doou dinheiro, mas doou:

  • tempo de vida
  • energia
  • saúde
  • atenção
  • trabalho
  • divulgação da Instituição
  • socorro e assistência aos animais que precisavam de ajuda

E tudo isso vale mais do que o dinheiro porque dinheiro sem iniciativa, dedicação, trabalho, comunicação, articulação e ação, não tem o mesmo valor. Por isso, é preciso pesar os dois lados da balança, antes de condenar e excluir alguém que fez parte da construção do Instituto e, com isso, prejudicar aqueles que não têm nada a ver com esse desentendimento: os animais.

Quem é Luisa Mell?

Luisa Mell é uma ativista pelos direitos dos animais que ficou famosa como apresentadora de televisão, em programas dedicados ao tema animal. Ela é conhecida em todo o Brasil por seu trabalho na defesa dos animais abandonados, maltratados e em situação de risco.

Nascida em São Paulo em 1980, Luisa iniciou sua carreira como modelo, mas em 2001, decidiu se dedicar à causa animal e fundou a ONG Amigos dos Animais, que se tornou uma referência em resgate, cuidados e adoção de animais abandonados.

Luisa Mell apresentou programas de TV sobre animais como:

  • Late Show com Luisa Mell, na RedeTV
  • Bichos da Luisa na Band

A ativista também tem um livro publicado Como os Animais Salvaram a Minha Vida, sobre sua história com os animais.

Em 2010, Luisa Mell foi convidada por Madonna para ajudá-la com as doações em prol das vítimas do terremoto no Haiti. No mesmo ano, ficou em segundo lugar, atrás apenas de Megan Fox, na lista da revista estadunidense Men’s Health que elegia as “Mulheres capazes de salvar o planeta”.

Ela é uma das principais vozes na luta contra o abuso e o abandono de animais no Brasil.

Trabalho de Luisa Mell em prol da causa animal

Luisa Mell tem uma longa trajetória de trabalho em defesa dos animais, pois como ativista, ela fundou a ONG Amigos dos Animais e fez parte do Instituto Luisa Mell, trabalhando no resgate, cuidados e adoção de animais abandonados e em situação de risco.

Por meio dessas ONGs, Luisa Mell já salvou milhares de animais de diferentes espécies como cachorros, gatos, cavalos e até mesmo macacos.

Ela também atua em campanhas de conscientização sobre a importância da adoção responsável, castração e cuidados com a saúde dos animais.

Além disso, Luisa Mell já realizou diversas ações para denunciar casos de maus-tratos a animais e pressionou autoridades para que os agressores fossem responsabilizados.

Também é uma das principais vozes na luta contra o uso de animais em testes de cosméticos e produtos de limpeza.

Em 2010, organizou uma campanha para resgatar cães vítimas das enchentes que assolaram a cidade de São Luiz do Paraitinga.

Em 2013, participou da invasão do Instituto Royal, sob a alegação de que cachorros da raça Beagle estariam sendo maltratados e sacrificados, resgatando com outros ativistas 178 cães e 7 coelhos.

Em 2018, lançou o livro Como Os Animais Salvaram Minha Vida, no qual relata momentos importantes de sua carreira na televisão, sua vida pessoal e seus trabalhos como ativista pelos direitos dos animais.

Em janeiro de 2019, foi até a cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, ajudar no resgate de animais que ficaram presos em meio aos rejeitos de mineração após o rompimento da barragem da Vale na cidade que deixou várias vítimas. Na ocasião, ela denunciou abates dos bichos no local da tragédia.

Em fevereiro de 2019, ela e sua equipe realizaram o maior resgate de cães do mundo. Ao todo foram resgatados mais de 1,5 mil cães de diversas raças em estado de maus-tratos. O resgate foi realizado no dia 14 e terminou na tarde de 17 de fevereiro em um canil interditado por suspeita de maus-tratos, o Céu Azul, localizado na cidade de Piedade-SP. A quantidade de animais resgatados foi tão grande que foi preciso alugar emergencialmente dois galpões em Mairiporã, uma vez que a sede do Instituto Luisa Mell em Ribeirão Pires, já quase atingia sua capacidade máxima, atendendo mais de 400 animais.

Uma história de dedicação

Não é apenas uma personalidade da causa animal que está em jogo, é uma história de vida, lágrimas derramadas, erros cometidos, arrependimentos, ajustes, correções, experiências, sofrimentos, emoções à flor da pele, noites sem dormir, prejuízos à saúde, discriminação e julgamentos. E mais do que isso, está em jogo a vida dos animais que são assistidos pelo Instituto.

O massacre e a destruição da imagem de uma pessoa que colocou deu “cara a bater” frente ao Instituto, que trabalhou de graça por muitos anos, enfrentando haters na Internet, oposição de instituições políticas e dos grandes empresários do agronegócio, não é a solução para esse impasse que se estabeleceu entre ela e a equipe da entidade.

Quem acompanha o trabalho de Luisa Mell e do Instituto homônimo sabe de sua importância.

Pelo visto, houve uma sequência de acertos e erros de ambos os lados e isso faz parte do trabalho em equipe, afinal nem todo mundo pensa e sente igual. Porém, se não existe a possibilidade de reconciliação, que terminem esta parceira de forma amigável, para não prejudicar o principal motivo do Instituto existir: os animais!

Não é através do cancelamento de uma pessoa que fez parte da história da Instituição, que se beneficiará a causa animal.

Fontes:

  1. Luisa Mell
  2. Wikipédia
  3. Instituto Caramelo
  4. O Globo
  5. Uol-Celebs

Para mais conteúdos sobre a causa animal veja:

Ashoka: O imperador da causa animal e do respeito à natureza

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As dificuldades em socorrer um animal abandonado. O que o governo precisa fazer para facilitar essa ação 

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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