Polêmica: experimento chinês engravida ratos machos


Não é exclusividade apenas as fêmeas engravidarem, embora na natureza exista casos de machos que podem gerar filhotes, como é o caso dos cavalos-marinhos.

Todavia, entre os mamíferos não há registro de espécies cujos machos consigam tal proeza. Pelo menos até agora.

Mas uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Médica Naval, em Xangai, conseguiu engravidar ratos machos.

O teste só foi possível porque os pesquisadores costuraram roedores machos às fêmeas, o que gerou uma enxurrada de críticas sobre os limites éticos do experimento.

O estudo, que foi publicado na plataforma bioRxiv e ainda não revisado por pares, suscitou muita polêmica na comunidade científica internacional, ainda que a sua taxa de sucesso tenha sido de apenas 4%, segundo o CanalTech.

O experimento

A dimensão ética da pesquisa chinesa é questionável porque os pesquisadores costuraram cotovelos, joelhos e peles de um macho castrado a uma fêmea. A justificativa dos autores do estudo sobre a importância desse procedimento era fornecer o suprimento de sangue necessário para o desenvolvimento dos fetos.

Esse procedimento, conhecido como parabionte, não é inédito na ciência e permite o compartilhamento de sangue entre animais em pesquisas.

Seis semanas após a castração dos machos e o parabionte, os níveis de testosterona nos ratos machos caíram e, duas semanas depois, eles receberam um útero transplantado e os embriões.

Próximo ao fim da gestação, as cobaias passaram por uma cesariana, que trouxe à vida 10 filhotes, que representam 4% dos 280 embriões transplantados.

Ética em pesquisa

Para se fazer pesquisa, existem alguns protocolos éticos a serem cumpridos, seja em humanos, seja em outros animais.

Os pesquisadores chineses alegaram que o experimento não causou sofrimento aos roedores, entretanto existem dúvidas sobre a aprovação da pesquisa por um comitê de ética independente, condição para que experimentos com animais em laboratório recebem financiamento público do governo chinês.

Para o bioeticista Zhang Xinqing, que deu uma declaração para a revista Nature sobre o tema polêmico, caso ele fosse membro do comitê de ética não teria votado favoravelmente pela autorização da pesquisa.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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