Lã 100% vegetal, cruelty-free e ecológica, feita com esta erva daninha


Muitas pessoas desconhecem a crueldade por trás da indústria da lã de origem animal, ainda que existam muitas pesquisas, conteúdos e vídeos que comprovem essa crueldade.

Por enxergarem essa realidade, empresas inovadoras de olho na green-economy, estão ganhando mercado, desenvolvendo produtos de baixo impacto ambiental e com zero sofrimento animal.

É o caso dessa lã de origem 100% vegetal!

Para confeccionar esse tipo de tecido que imita a lã, podem ser utilizadas plantas que já são empregadas pela indústria têxtil como o algodão, o linho e o cânhamo. Porém, com a adição de plantas do gênero Calotropis. Dessa forma, é possível obter um fio semelhante à lã animal.

As plantas do gênero Calotropis se desenvolvem de forma espontânea (como as ervas daninhas) e se alastram na restinga de regiões áridas no sul da Ásia e do norte da África. Por isso, não necessitam de cuidados especiais para crescer pois, de fato, são bem resistentes e rústicas, com necessidades mínimas de cultivo como por exemplo, pouca água.

Todas essas características tornam esse gênero vegetal adequado para a produção de fios têxteis, além do fato de que as fibras dessas plantas são ocas internamente, uma estrutura muito semelhante à das fibras da lã de alpaca. E foi exatamente por estas características que a empresa indiana Faborg decidiu criar um novo fio de lã vegano, denominado pela mesma de Weganool.

A lã vegetal, Weganool,é feita a partir de 70% de algodão orgânico, 5% de fibras da vagem da  Calotropis gigantea (espécie típica da Índia) e 25% de fibras do caule dessa planta.

Weganool, como alternativa a lã de origem animal, pode ser usada para a confecção de blusas de frio, roupas esportivas e produtos têxteis para o lar, como cortinas e estofados com propriedades isolantes acústicas, já que tem a capacidade  de abafar sons.

Além de ser livre de crueldade, essa “lã” vegana também é super ecológica e sustentável, pois a produção de um quilo de fio economiza, por exemplo, 9.000 litros de água em comparação ao algodão.

Outra vantagem é que o cultivo de Calotropis melhora as condições do solo, e a extração de suas fibras permite obter produtos secundários que podem ser usados para criar repelentes de insetos e fertilizantes naturais.

Ademais, os fios de Weganool  são produzidos de forma artesanal, ou seja, à mão, e coloridos com corantes vegetais através de processos que não produzem substâncias poluentes, obtendo tecidos com propriedades termorreguladoras e antimicrobianas, capazes de permitir que a pele respire e, ao mesmo tempo, fique protegida da ação de bactérias.

Veja no vídeo abaixo, do canal Infantium Victoria, o fundador da empresa Faborg e criador da lã vegetal Weganool, Gowri Shankar, falando sobre esse produto sustentável. Observação: Para ver a tradução, clique no botão de configuração na barra inferior do vídeo e ative tradução automática para o português:

Sobre o que ele fala no vídeo, em relação aos produtos que podem ser feitos com as fibras da planta Calotropis, citando redes de pesca, cabe aqui uma ressalva sobre os prejuízos e crueldade que a atividade pesqueira causa aos animais aquáticos. Por isso, é oportuno deixar esse alerta.

Voltando a lã vegetal, como visto, cada vez mais a tecnologia nos mostra que é possível avançar economicamente, mas com respeito ao meio ambiente e sem provocar sofrimento animal.  Sendo a Indústria da Moda a segunda maior poluidora do mundo, todo tipo de inovação é sempre bem-vindo.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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