Anvisa proíbe a venda deste macarrão por suspeita de contaminação


Composto industrial vendido pela mesma fornecedora envolvida no caso de petiscos Dental Care, (lote 3467), da Bassar Indústria e Comércio Ltda, que provocaram a morte de dezenas de cães, pode estar presente em outros alimentos, entre os quais os macarrões da marca Keishi.

Segundo noticiou a Folha de São Paulo, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a proibição de comércio de macarrões dessa marca, pertencentes aos lotes produzidos entre 25 de julho e 24 de agosto deste ano.

De acordo com a Anvisa, uma vistoria na empresa Keishi, em São Paulo, detectou na produção das massas o uso de propilenoglicol contaminado fornecido pela empresa Tecno Clean.

Em nota a Anvisa declarou:

“Como parte da investigação sobre o caso do propilenoglicol contaminado com etilenoglicol que causou intoxicação e morte de animais, fornecido pela empresa Tecno Clean Industrial Ltda, o órgão de vigilância sanitária realizou inspeção na BBBR Indústria e Comércio de Macarrão Ltda [que adota o nome fantasia Keishi] e verificou que a empresa adquiriu e usou o referido insumo contaminado como ingrediente na linha de produção de massas.”

Propilenoglicol contaminado por monoetilenoglicol

Assim como no caso dos petiscos para cães, a suspeita das autoridades é que o composto, o propilenoglicol, utilizado para amaciar e evitar a presença de fungos em alimentos, tenha sido contaminado por monoetilenoglicol, uma substância tóxica.

Essa substância, também conhecida como etilenoglicol, é a mesma  apontada como responsável pela morte de dez pessoas que consumiram a cerveja Belorizontina, produzida pela Backer em 2019.

O monoetilenoglicol age diretamente nas membranas celulares e os sintomas iniciais mais comuns dessa intoxicação podem ser:

  • vômitos
  • diarreias
  • tremores

A intoxicação pode ser fatal porque ataca outros órgãos, como os rins, provocando insuficiência renal.

Mais produtos para animais apareceram com suspeita de contaminação

Ontem a noite, 21. mais produtos para cães da empresa Petiscos Indústria e Comércio de Alimentos, foram indicados pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para serem recolhidos, por suspeita de contaminação pelo propilenoglicol, fornecido pela Tecno Clean.

Outras quatro empresas já haviam sido afetadas:

Bassar

Assim que o caso passou a ser noticiado, a Bassar Pet Food declarou estar colaborando com as autoridades e  anunciou o recolhimento dos produtos fabricados a partir de 7 de fevereiro deste ano (a partir do lote 3329).

Segundo a empresa, o consumidor deve devolver o produto à loja, “que deverá realizar o reembolso do valor gasto, independentemente de a embalagem estar aberta ou não, sem qualquer custo adicional”.

FVO Alimentos

A FVO Alimentos disse, em nota, que recolheu do mercado os petiscos Dudogs, Patê Bomguy e Bomguytos Bifinho, como prevenção, mesmo antes da determinação do ministério, publicada em 16 de setembro.

Outras duas empresas são a Peppy Pet e a Upper Dog, que não se manifestaram sobre o caso.

Com tantas suspeitas de petiscos contaminados, fica a dica de fazer biscoitos caseiros, para os amados doguinhos:

Posicionamento da Tecno Clean Industrial-Revendedora do propilenoglicol

A Tecno Clean Industrial afirmou que o propilenoglicol foi comprado da empresa A&D Química Comércio, dessa forma atua como revendedora esse insumo industrial.

A empresa se colocou à disposição das autoridades para ajudar nas investigações.

Posicionamento da A&D Química Comércio-Fabricante deste insumo industrial

A empresa A&D Química Comércio, localizada na cidade de Arujá (SP), por sua vez, afirmou em nota que os produtos de seu portfólio, incluindo o propilenoglicol, não possuem finalidade alimentícia, sendo destinados exclusivamente para produção de itens de higiene e limpeza.

A empresa também afirmou que está à disposição das autoridades para a elucidação do caso.

Investigação policial sobre o caso do propilenoglicol contaminado

Nesta semana, a Polícia Civil paulista ouviu representantes das duas empresas.

Segundo o delegado Vilson Genestretti, o propilenoglicol vendido pela A&D para a Tecno Clean não poderia ser utilizado para fins alimentícios, porque não continha a informação de pureza no certificado técnico que acompanhou as seis notas fiscais.

“Existe uma informação de modificação desse certificado depois da venda, é isso que estamos investigando.

Já temos informação nos autos de como ocorreu essa solicitação de alteração.

Agora preciso confirmar com laudos”, disse o delegado Vilson Genestretti para a Folha de São Paulo.

Reportagem sobre o início das intoxicações causadas pelo propilenoglicol contaminado

Veja na reportagem da Jornal da Record como essa onda de intoxicação pelo propilenoglicol teve início em petiscos para cães:

Alerta: leia o rótulo

Com estas informações e suspeitas de produtos contaminados, fica o alerta para evitar alimentos, tanto para humanos quanto para pets, que tenham em sua formulação o propilenoglicol. Por isso, leia o rótulo e veja a formulação do produto.

Fontes:

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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