Sorte inteligente: o que é e como cultivar?


O termo “sorte inteligente”, ou serendipidade, é a capacidade de tirar proveito do inesperado, principalmente de situações ruins que fogem do nosso controle.

Sabe aquele acidente grave que faz com que todos acreditem que a vítima não sairá com vida, mas ela sobrevive e muda totalmente de vida? Isso é usar da sorte inteligente e quem explica sobre isso é o professor da Universidade de Nova York e da London School of Economics, Christian Busch.

Além de professor, Christian Busch também é pesquisador, especialista em empreendedorismo e liderança de impacto social.

Autor do livro The Serendipity Mindset: The Art & Science of Creating Good Luck, Busch analisa a importância de dar sentido ao inesperado como forma de encontrar oportunidades para todas as áreas da vida.

“Cultivar a serendipidade é aceitar que não podemos planejar ou saber tudo… Aceitar a imperfeição como parte da vida nos permite aproveitar o momento se erros inesperados acontecem.”

Segundo Busch, pessoas “sortudas” na verdade desenvolveram a criatividade após passarem por alguma situação inesperada e agem de maneira diferente.

Em entrevista para a BBC News Mundo, Christian falou sobre um acidente de carro que sofreu e o que aprendeu após a experiência de quase morte.

“Antes dessa experiência de quase morte, eu sentia que podia controlar muitas coisas, e percebi como a vida pode acabar rapidamente e que as coisas realmente importantes podem estar fora do meu controle.”

Busch disse que o acidente fez com que ele buscasse um sentido para a vida, tanto que começou a ler o livro “Em busca de sentido”, do autor Viktor Frankl e descobriu que o que faz sentido para ele está conectado a pessoas e ideias inspiradoras.

Na entrevista, Busch é questionado sobre a importância de cultivar a serendipidade, principalmente no momento que estamos vivendo. Sobre isso, o pesquisador explica com um exemplo bem atual: a Covid-19.

Continuar apesar de tudo

A pandemia mudou nosso estilo de vida e fez com que pessoas e empresas desenvolvessem a criatividade para lidar com algo inesperado. Além de nos reinventarmos, passamos a valorizar o que realmente é importante, tanto pessoas como momentos.

Essa capacidade de continuar apesar de tudo e aproveitar as oportunidades que nascem de momentos ruins, é chamada de serendipidade, ou simplesmente “sorte inteligente”. Trata-se de uma força que nos acompanha em todos os momentos da vida e que, se observados e levados em conta, podem mudar o mundo.

O medicamento Viagra é um exemplo disso. O sildenafil foi desenvolvido para curar problemas cardíacos, mas causava ereção nos pacientes que participaram do estudo. Ao invés de considerarem esse fato apenas como um efeito colateral, optaram por desenvolver um medicamento que resolveria o problema de impotência masculina, surgindo assim o Viagra.

“Quando percebemos que a serendipidade não é simplesmente sobre um único evento que acontece conosco, mas sim sobre o processo de identificar e conectar pontos, começamos a ver pontes onde outras pessoas vêem abismos.”

Como cultivar a “sorte inteligente”?

Christian Busch afirma que sempre quis saber se algumas pessoas são mais capazes de criar condições positivas do que as outras. No entanto, ele diz que não podemos programar situações desse tipo, pois deixariam de ser inesperadas.

Contudo, é possível provocar coincidências positivas com mais frequência e melhores resultados, pois segundo o pesquisador, a serendipidade nos permite fazer isso. Dentre as diversas dicas que Busch deu na entrevista (leia AQUI a entrevista completa), a principal delas é esperar o inesperado, ou seja, estar alerta para detectar situações e transformá-las em resultados positivos.

Para Busch, alcançar o sucesso não é estar no controle de tudo, mas sim no equilíbrio entre seguir uma direção e apreciar o desconhecido. Uma boa ferramenta para conseguir fazer isso é criar um diário da serendipidade, onde registramos situações inesperadas e o que aprendemos com cada uma delas.

“A serendipidade desafia a suposição de que só porque algo não saiu conforme o planejado, deve ser tratado como um fracasso… Não se trata de celebrar o fracasso, mas de comemorar o aprendizado de algo que não funcionou.”

Em outras palavras, sucesso e serendipidade andam juntas e cabe a cada um de nós encontrar o sentido que precisamos nas adversidades que surgem no dia-a-dia. Pode parecer estranho, mas para cultivar a sorte inteligente, precisamos deixar um pouco o óbvio e o racional de lado e ativar mais os sentidos, prestando mais atenção aos detalhes, às pessoas que surgem do nada e às oportunidades que muitas vezes deixamos passar.

Apesar da pandemia estar sendo uma tragédia em 2020, podemos aprender com os exemplos de solidariedade e superação que pessoas anônimas deram umas com as outras.

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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