A gula não é não é a principal causa da obesidade, revela estudo


Gordos e obesos são pessoas gulosas que comem mais que a boca e ficam paradas vendo TV, certo? Errado!

Um novo estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, coloca em questão o modelo de balanço energético (MBE) no qual se baseia a abordagem predominante do problema da obesidade.

Nesse modelo, o ganho de peso é causado por um consumo de energia maior do que seu gasto. Ou seja, consumiu, não gastou = acumulou gordura.

Então, para perder peso, a fórmula seria bem simples: consumir menos e gastar mais, certo? Errado!

Lembra o estudo:

“As taxas de obesidade permanecem em máximas históricas apesar de um foco persistente em comer menos e mover-se mais.

A simplificação que o modelo de balanço energético orienta estaria errada, tanto que as dietas ou os regimes para emagrecer baseados nessa fórmula não funcionam e, se funcionam, duram pouco.

Essa falha pode surgir de uma limitação fundamental da própria MBE.

Segundo esse estudo, a nova abordagem deveria focar mais na qualidade que na quantidade de comida, considerando um paradigma alternativo baseado no modelo carboidrato-insulina (CIM).

Nesse novo modelo comer em excesso não é a principal causa da obesidade. O excesso de peso e a obesidade se devem aos padrões dietéticos contemporâneos de consumo de alimento com altas cargas glicêmicas, ou seja, de comida industrializada de rápida digestão, rica em carboidratos ​e pobre em nutrientes.

O novo “segredo”

Reduzir o consumo de carboidratos de rápida digestão pode ajudar as pessoas a perderem peso sentindo menos fome e também se movimentando menos.

O que acontece, simplificando, é assim: quando o corpo sente fome, ele está dizendo que precisa de energia. Se nessa hora a pessoa come um alimento que lhe dê facilmente energia sem no entanto gastá-la totalmente, a tendência é acumular gordura. O ideal é comer alimentos de baixo índice glicêmico. Desse modo, a energia (glicose) vai sendo absorvida devagar e até a sensação de fome se reduz, sem contar que muitas vezes a fome é um desejo por nutrientes, coisa que alimentos processados não têm, ou têm pouco.

Embora esse modelo precise de mais pesquisas para confirmar suas hipóteses, o novo estudo tenta explicar melhor as causas da obesidade para fornecer estratégias de controle de peso mais eficazes e duradouras.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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