Meninas podem se depilar? Com qual método e em que idade?


Eles estão presentes na vida dos seres humanos desde os primatas, servem para proteger a pele de cortes e picadas e mesmo da radiação solar, ajudam no controle da temperatura e facilitam a secreção de suor, gorduras e feromônios. No entanto, incomodam muita gente, especialmente as mulheres.

Do que estamos falando?

Herança de séculos de imposição, a retirada dos pelos femininos ainda é algo que causa muita controvérsia e essa discussão começa bem cedo, quando a mulher em questão ainda é apenas uma criança.

Mas, afinal, meninas podem se depilar? E qual o melhor método e momento para fazer isso? Saiba abaixo mais detalhes sobre depilação em meninas.

Quem quer se depilar?

Em primeiro lugar, os especialistas recomendam que o uso de qualquer método depilatório só seja feito por vontade da criança, e ainda assim, após uma avaliação por parte dos pais e médicos se esse desejo é uma imposição de outros ou algo que a menina realmente quer.

Embora pelos tenham uma função importante, a retirada deles não afeta a saúde. Porém, o mais recomendado é que a depilação em meninas só seja feita se o excesso de pelos estiver causando muito sofrimento à criança, do contrário, é melhor esperar.

A idade dos pelos e da retirada deles

Existem várias as causas do excesso de pelos, mas é comum que no início do processo de puberdade, por volta dos 8 anos, eles comecem a aparecer. A genética e a etnia também entram como fatores relevantes, assim como distúrbios hormonais, que podem interferir na produção dos pelos.

Porém a depilação em meninas só deve ocorrer depois da puberdade, por volta dos 12 anos.

Qual o melhor método?

Caso a adolescente, em conjunto com os pais e especialistas, realmente queira se depilar, é essencial avaliar o melhor método.

Fatores como a tolerância à dor, riscos de alergia e qualidade da pele devem entrar nessa avaliação.

Geralmente, a pele infantil é mais sensível naturalmente, então todo cuidado é pouco. Em termos de método menos invasivo, a lâmina segue sendo a mais recomendada, pois deixa os pelos rentes e não é uma alternativa de longo prazo.

Isso é essencial, pois métodos definitos, como a depilação a laser, não são recomendados para crianças, tendo em vista que elas podem mudar de ideia sobre a vontade ou não de manter os pelos.

Além disso, é preciso considerar o fator “dor”. O uso de ceras, por exemplo, pode ser interessante do ponto de vista da durabilidade, mas contraindicado por ser doloroso, além do risco de desenvolver alergias e problemas de pele, após o uso.

Os prós e contras de cada método

Abaixo conheça os prós e contras de cada método:

Lâmina

O uso da lâmina é o mais indicado para crianças, mas deve se restringir aos pelos das axilas ou da virilha. Em regiões mais delicadas, como o rosto ou na área pubiana, é contraindicado pelo risco de provocar irritações.

A grande vantagem da lâmina é que é um método barato e prático.

Porém, os pelos crescem bem rápido, entre 1 e 3 dias, e podem parecer mais grossos, embora seja um mito, segundo especialistas, dizer que a lâmina engrosse os pelos. O que acontece é que como o pelo é cortado rente, quando começa a crescer, o que aparece primeiro é a parte mais grossa, o que não ocorre com o uso da cera, que retira o pelo por inteiro, o fazendo crescer com a ponta mais fina.

Um outro ponto negativo da lâmina é que ela pode causar irritações, pelos encravados e inchaços. Por isso, é essencial hidratar a pele antes e depois do uso e recorrer à lâmina durante o banho, quando os pelos estão mais moles e fáceis de tirar.

Lembre-se de nunca compartilhar a lâmina com ninguém. É de uso individual.

Pinça

A pinça também é um método barato, mas é bem mais doloroso do que a lâmina e não serve para regiões com muitos pelos, como pernas e axilas, já que esse acessório retira os pelos um a um apenas. Porém a depilação com pinça dura entre 3 e 8 semanas.

Entre as desvantagens, além da dor, está o risco de que a pinça cause irritações locais. Além disso, a retirada dos pelos com pinça é bem demorada, algo que pode ser bem cansativo, especialmente para as adolescentes.

Cremes depilatórios

Existem várias opções no mercado de cremes depilatórios para várias partes do corpo. É importante se atentar a isso para comprar o produto certo para a região a ser depilada.

A depilação com cremes dura até 2 semanas. É um método prático, mas pode provocar alergias, além de, geralmente, ter um cheiro forte e não ser eficaz para todos os casos. O recomendado é testar o produto antes de usar em uma área menor e verificar se ocorre alguma reação alérgica ou irritação.

Cera

Embora seja um método de efeito prolongado, podendo durar de 3 a 6 semanas, o uso de cera costuma ser bem dolorido, na maioria dos casos. Embora algumas pessoas tenham mais tolerância à dor, esse é um método reconhecido por causar bastante desconforto.

Além da dor, a cera pode deixar a região depilada bem sensível depois. É necessário que seja feito por profissionais qualificados, em um primeiro momento, para somente depois a pessoa tentar fazer a depilação sozinha. O método com cera não é muito indicado para áreas extensas, como pernas, justamente por ser doloroso.

Leia também:

Depilação a laser

É um método que pode ser permanente, porém, em alguns casos, a depilação pode ser feita a cada 6 meses. Por ser prolongado e mesmo definitivo, não é muito recomendado para adolescentes, que estão em fase de crescimento e amadurecimento, pois podem mudar de ideias sobre ter ou não pelos, quando ficarem adultas.

Como desvantagem, é um método caro e pode deixar a pele bem sensível depois. Só é recomendado para adolescentes que já estão com os hormônios estabilizados, por volta de 2 a 3 anos depois da primeira menstruação. Antes disso, será ineficaz, pois os pelos voltarão a surgir depois.

Leia mais:

Independentemente do método escolhido, é essencial que os adultos esclareçam, junto à adolescente, que ter ou não pelos é uma escolha pessoal, que não há nada de errado com eles e que a falta ou excesso deles é só uma questão estética, e nada mais.

Fontes:

  1. GZH
  2. Estadão
  3. Toda Mulher
  4. kidshealth.org
  5. healthywomen.org

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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