Julho Dourado: mês dedicado à prevenção de zoonoses


Julho é o mês dedicado à prevenção de zoonoses: doenças que são transmitidas entre animais e humanos.

Ou seja, uma situação de saúde pública.

Continue lendo e saiba quais as principais zoonoses transmitidas por cães e gatos e como evitá-las.

O que é zoonose?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem mais de 200 tipos de zoonoses.

A zoonose é uma doença infecciosa causada por um patógeno que se originou em animais, mas contamina os seres humanos, diretamente ou através de uma espécie intermediária.

Uma zoonose pode ser transmitida (dentre outras maneiras) por:

  • mordidas e arranhões;
  • contaminação de comida e água;
  • além de contato com fezes e carcaças.

Outra forma comum de transmissão acontece durante o abate de animais e consumo de carnes contaminadas.

As zoonoses são consideradas situações de saúde pública e, por isso, são estabelecidos programas regionais e estaduais relacionados à prevenção dessas doenças.

Principais zoonoses transmitidas por cães e gatos:

Raiva

A raiva humana é uma doença infecciosa causada pelo vírus da família Rhabdoviridae e pode ser transmitido para as pessoas por meio da mordida do morcego ou de cachorro/gato infectado, o que é mais provável de acontecer.

Ao morder a pessoa, o vírus presente na saliva do animal entra diretamente na corrente sanguínea da pessoa e consegue espalhar-se para o sistema nervoso, levando ao aparecimento dos sintomas da doença.

Os primeiros sinais de raiva humana podem demorar de 30 a 50 dias após o contato com o vírus, dependendo do sistema imunológico da pessoa, e podem ser confundidos com uma infecção comum.

No entanto, à medida que o vírus se espalha na corrente sanguínea e atinge o sistema nervoso, pode acontecer:

  • paralisia dos membros inferiores;
  • confusão mental;
  • agitação excessiva;
  • e aumento da produção de saliva devido aos espasmos dos músculos da garganta.

Felizmente, a raiva atinge um número muito pequeno de pessoas!

Isso, devido à campanhas de vacinação contra a raiva frequentemente.

Esporotricose

A esporotricose em humanos é uma zoonose transmitida por meio de arranhões e mordidas de gatos infectados pelo fungo responsável pela doença, o Sporothrix schenckii, que pode ser encontrado naturalmente no solo e em plantas.

Como os gatos estão associados à maior parte dos casos de esporotricose, essa doença é popularmente conhecida como doença da arranhadura dos gatos.

No entanto, os gatos domésticos que possuem vacinação em dia correm menos risco de serem infectados por esse fungo e, consequentemente, de transmitir a doença.

Os sinais e sintomas iniciais da esporotricose surgem cerca de 7 a 30 dias após o contato com o fungo e o principal indicativo da infecção é o aparecimento de um pequeno caroço na pele, avermelhado e dolorido que cresce ao longo dos dias e forma pus.

Caso a infecção não seja identificada e tratada, é possível que o fungo se desloque para outros locais do corpo, principalmente pulmões, resultando em sintomas respiratórios.

Leishmaniose

A leishmaniose é transmitida pela picada do mosquito de gênero Lutzomyia, popularmente conhecido como mosquito palha.

O agente infeccioso responsável pela doença é o protozoário do gênero Leishmania, sendo mais frequentemente encontrado no Brasil as espécies:

  • Leishmania braziliensis;
  • Leishmania donovani;
  • e Leishmania chagasi.

Após a picada do mosquito, o protozoário entra no organismo da pessoa e leva ao desenvolvimento de sintomas cuja gravidade pode variar de acordo com a espécie e sistema imunológico da pessoa.

Há 3 tipos principais de Leishmaniose:

  1. Leishmaniose cutânea, que é caracterizada pelo aparecimento de um ou mais caroços no local de picada do mosquito e que em alguns dias pode evoluir para uma ferida aberta e indolor;
  2. Leishmaniose mucocutânea, em que as lesões são mais extensas e há comprometimento da mucosa, principalmente do nariz, faringe e boca, podendo causar dificuldade para falar, engolir ou respirar;
  3. Leishmaniose visceral, cujos sintomas evoluem de forma crônica e pode haver o aumento do fígado e do baço, perda de peso e aumento do risco de outras infecções.

Como os sintomas podem ser bastante comprometedores e colocar a vida da pessoa em risco, é importante que assim que surjam os primeiros sinais indicativos de leishmaniose, a pessoa vá ao hospital para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, prevenindo complicações.

Leptospirose

A leptospirose é uma doença causada pela bactéria Leptospira.

A transmissão para as pessoas acontece por meio do contato com a urina ou fezes do animal contaminado, havendo a entrada da bactéria no organismo da pessoa por meio de mucosas ou feridas na pele e resultando em sintomas como:

  • febre;
  • calafrios;
  • olhos vermelhos;
  • dor de cabeça;
  • e náuseas.

Situações de enchentes, poças e locais em que há muito acúmulo de lixo, são considerados de alto risco de contaminação pela Leptospira.

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença infecciosa popularmente conhecida como doença dos gatos, pois o parasita responsável por essa doença, o Toxoplasma gondii, possui como hospedeiro intermediário os felinos, principalmente os gatos.

Dessa forma, as pessoas podem ser infectadas pelo Toxoplasma gondii por meio do contato direto com fezes dos gatos infectados ou por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos do parasita.

Na maioria dos casos a toxoplasmose é assintomática.

Giardia

A giardíase é uma doença causada por um parasita, o protozoário Giardia lambia, que vive no intestino dos cães e pode infectar diversas espécies animais, além dos cães e também o ser humano.

A infecção ocorre pela ingestão de cistos (“ovos”) do protozoário que podem estar na água, alimentos contaminados ou até nos pelos dos animais.

Nos humanos causa uma infecção intestinal, levando aos sintomas mais comuns de:

  • vômito;
  • diarreia;
  • fezes amareladas e com odor forte;
  • dores abdominais;
  • desidratação;
  • fraqueza;
  • perda de apetite;
  • febre baixa;
  • dor de cabeça;
  • em casos mais crônicos, perda gradativa de peso.

Já nos pets, os sintomas são idênticos, porém em casos graves quando há grande proliferação do protozoário podem levar o animal a óbito.

Alguns, mesmo infectados, podem não apresentar qualquer sintoma característico, mas continuam eliminando cistos no ambiente, os quais podem infectar crianças, adultos e outros animais.

Por isso, é importante a prevenção que baseia-se principalmente na adoção de bons hábitos de higiene e limpeza sanitária adequada, além da vacinação dos cães.

Como evitar?

Para evitar zoonoses é importante ter atenção à higienização do ambiente e à higiene pessoal, lavando as mãos sempre após entrar em contato com pets e mantendo os locais habitados por eles nas condições ideais.

Além disso, é importante manter as vacinas em dia.

As doenças que podemos prevenir com a vacinação que são consideradas zoonoses, são a:

  • Raiva;
  • Giardia;
  • Leptospirose;
  • e a Leishmaniose.

As vacinas ajudam o pet a se defender de alguns vírus e bactérias que provocam doenças.

As outras doenças zoonóticas citadas como Esporotricose e Toxoplasmose, têm como prevenção a limpeza do ambiente, higiene pessoal após contato com os pets, como por exemplo, caixas de areia.

Telar janelas e locais de fácil acesso dos gatinhos para as ruas, evitando os passeios principalmente noturnos, e contato com outros animais que podem contaminá-los.

Prevenção

Mantenha as consultas e a vacinação do seu pet sempre em dia!

Além de manter a higiene, manter as vacinas do seu pet sempre em dia é essencial para evitar zoonoses e quaisquer outras doenças futuras, mantendo o o pet seguro e a população também.

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Lara Meneguelli


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