Abstinência de telas: as consequências dos eletrônicos na vida das crianças 


É fato que a pandemia intensificou o tempo de telas de todo mundo. Especialmente, das crianças. Privadas do contato com amigos e escola, elas tiveram que utilizar ainda mais os aparelhos eletrônicos para manter a vida escolar em dia e as amizades também. No entanto, com a volta das atividades presenciais, o uso de telas segue sendo uma preocupação, mas, dessa vez, por um outro motivo: como as crianças vão enfrentar esse período reduzido das telas?

Em matéria divulgada no The New York Times, o professor da Universidade de Stanford (EUA), Keith Humphreys, afirmou que as crianças e adolescentes passarão por um período de abstinência nos próximos meses. A atenção em outras atividades, sem o ganho da “recompensa” (algo que ocorre com uso dos eletrônicos) será um dos grandes desafios. Não se trata, porém, de uma abstinência química, mas de um desconforto que as crianças vão sentir ao ficar muito tempo longe das telas. 

Por isso, é importante ajudá-las nesse processo.

O que fazer?

Uma das dicas dos especialistas é verificar se o tempo de uso da tela está sendo intencional ou por inércia, pois esse último é o mais prejudicial, pois “rouba” das crianças um tempo que poderia ser usado para atividades mais enriquecedoras.

Uma outra medida importante é aumentar o repertório das crianças com atividades fora das telas, como brincadeiras e esportes.

Estabelecer limites também é essencial. Evite, por exemplo, deixar as crianças usarem aparelhos eletrônicos na hora das refeições, pois isso atrapalha – e muito – a alimentação, ou antes de dormir, pois a luz emitida pelas telas prejudica a produção de melatonina, hormônio que ajuda a relaxar e dormir. Estipule um período de telas e seja firme, utilizando recursos como avisar que a criança só tem mais alguns minutos de jogo ou fazer combinados.

Diminuir o tempo de telas é um ótimo exercício para que a criança aprenda a lidar com o tédio. Esse é um ensinamento que ela vai levar para a vida toda, pois vai adquirindo habilidade de gerenciar o próprio tempo, de descobrir o que gosta de fazer, de estimular a imaginação e criatividade.

Fique de olho também se a criança está mais agressiva ou apresentando algum problema de comportamento que pode ter relação com as telas.

Usar os aparelhos eletrônicos sem parar também é um mau sinal. No entanto, vale lembrar, que as telas não são “inimigos “a serem combatidos. Ela é uma ferramenta, o que importa é o uso que se faz delas.

Foram os aparelhos eletrônicos que permitiram as crianças manterem uma melhor saúde mental, ao conseguirem fazer as atividades escolares e conversarem com os amigos. Por isso a moderação segue sendo uma boa solução.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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