Escritor e colaborador cientista, indígena Aldevan Baniwa morre de Covid-19 em UTI de Manaus


O indígena Aldevan Brazão Elias, da etnia Baniwa, do Alto Rio Negro, morreu com suspeita de Covid-19 nesse sábado (18), em Manaus.

Aldevan tinha 46 anos e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas, na capital do estado, que chegou quase ao limite de atendimento de leitos hospitalares, como informou a Amazônia Real.

Sem teste

Escritor e colaborador cientista, Aldevan era agente de combate a endemias da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (Susam), e defensor da saúde indígena. Ele começou a apresentar os sintomas da doença em 11 de abril, quando buscou tratamento em unidades públicas de saúde.

Como não foi submetido à testagem do novo coronavírus, denunciou, em suas redes sociais, a falta de testes e o colapso nos hospitais de Manaus.

O irmão de Aldevan, André Brazão, disse à Amazônia Real que:

“Na sexta-feira (17), ele retornou à UBS, já num estado muito ruim. Estava muito cansado, a respiração estava falhando e [estava sentido] dor no corpo. O Samu transferiu ele lá para o João Lúcio [hospital], onde ele fez uma tomografia do pulmão; passou o dia em observação”.

O resultado da tomografia mostrou lesões no pulmão, uma das características do novo coronavírus. No atestado de óbito de Aldevan consta como causa da morte “insuficiência pulmonar aguda com suspeita de Covid-19”.  Ou seja, como ele não fez o teste, no documento não constou a informação de que ele estava com a doença – dado que pode estar sendo subnotificado em todo o Brasil.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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