Mais plástico que alimento: assim o consumo está nos matando


Maior comodidade ainda que o plástico esteja a nos matar. Ovos já cozidos e descascados, mexericas e bananas já descascadas e cujas cascas foram substituídas por plástico. A criatividade não tem fim. Agora é a vez das uvas embaladas à vácuo, separadas uma a uma, envoltas em tanto plástico.

É impressione que alguém pense em oferecer um produto deste, mas é mais incrível que alguém pense em comprar as uvas expostas perto do Martini para “facilitar” o “preparo” da bebida. Sim, porque na realidade não há nenhum trabalho nem preparo da bebida, mas para a natureza se livrar do plástico, são necessários uns 400 anos.

Vira e mexe noticiamos sobre a inundação de microplástico que assola mares e oceanos, contamina toda a cadeia alimentar e acaba chegando aos nossos pratos, mesmo ao pratos daqueles que não comem peixe, porque o plástico está também no sal marinho.

Estamos respirando, comendo e bebendo plástico e os efeitos disso ainda não sabemos. Também recentemente, pesquisadores descobriram microplástico em órgãos humanos como pulmões e também no sangue.

Como se não bastassem as pesquisas, o receio dessa contaminação, eis que surgem novas formas de usar o plástico em embalagens “cômodas” para quem tiver preguiça de descascar o abacaxi ou de tirar uma uva do cacho.

Dá uma olhada nesta postagem do Je suis le Climat©, mídia independente francesa baseada em Bourges, que denuncia o abuso plástico:

“Depois de melancias cortadas em pedaços, dos tomates cortados ao meio e bananas descascadas, aqui estão as uvas embaladas a vácuo.
2,20€ por 12 uvas, aproximadamente 98€/kg…”

Uma página no Instagram, chamada @plasticfree denuncia: as frutas têm já seus invólucros naturais, não precisam de plástico.

Será que a humanidade tem conserto? E teve quem pensou que a pandemia melhoraria nossa concepção ecológica das coisas…. ledo engano!

Estamos nos matando!

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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