Furão: o que você precisa saber antes de adotar um

Hoje em dia é comum as pessoas quererem furões como animal de estimação, porém, é necessário conhecer a natureza desse animal, para saber se realmente é o caso de tê-lo como pet.

O furão é um mamífero carnívoro, que faz parte da família dos Mustelídeos e, tal qual cães e gatos, consegue se adaptar ao ambiente doméstico.

Esse conteúdo traz informações para quem tem vontade de ter um furão, a fim de que possa avaliar bem a situação, visando evitar prejudicar o animal e de se arrepender depois de ter um e não dar conta de cuidar direito dele.

Espécies de Mustelídeos

Existem diversas espécies de mustelídeos, isto quer dizer, furões diferenciados.

Entre as várias espécies de furões, temos:

• Galictis vittata – furão-grande -> vive em regiões desde o sul do México até o Brasil e a Bolívia, habitando as savanas e florestas tropicais.
• Galictis cuja – furão-pequeno -> é encontrado na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru e Paraguai.
• Mustela nigripes – furão-de-patas-negras, que habita as Grandes Planícies Norte-Americanas e é uma espécie ameaçada de extinção

O comércio de furões

Devido ao aumento da procura por esses animais para tê-los como pets, intensificou-se a criação de furões para fins comerciais.

Quando os animais são criados para serem comercializados, acabam sendo vistos como produtos e mercadorias, em detrimento do bem-estar deles.

Assim como acontece com canis que são verdadeiras fábricas de filhotes, onde impera a exploração, a crueldade e o mercantilismo, também ocorre o mesmo com criadouros de furões para fins comerciais.

Podem existir exceções, é claro! Mas, quando o lucro é colocado acima do bem-estar animal, surge a reprodução massiva, as condições inadequadas, o confinamento e a indiferença.

Comprovações dessas ocorrências vem da investigação da ONG de Proteção Animal PETA em uma instalação de criação de furões para fins comerciais, pertencente a uma grande empresa de venda de animais.

A PETA apurou que os furões reproduzidos, nascidos e criados nesse local eram maltratados e comercializados como animais de estimação, e também vendidos para laboratórios de testes e experimentos.

Essa constatação se deu através de um investigador da PETA que foi disfarçado nesse criadouro de furões, localizado na Pensilvânia, e lá encontrou esses animais sofrendo e em más-condições.

Nesse local, os furões eram mantidos em pequenas gaiolas com perigosos pisos de arame, privados de espaço natural, de liberdade e até de comida e água.

Além disso, foi constatado que não recebiam os devidos cuidados veterinários, mesmo apresentando problemas de saúde, lesões, prolapsos retais sangrando, feridas abertas, pés infectados, órgãos herniados, infecções dolorosas da glândula mamária e olhos rompidos.

Essa investigação da ONG PETA serve como um alerta para, em vez de comprar furões, adotar em abrigos de resgate de animais silvestres, assim não se alimenta o mercantilismo sobre esses animais e nem corre-se o risco de financiar o sofrimento deles.

Imagens da investigação da PETA

Este vídeo, que só pode ser visto no Youtube porque tem restrição de idade, mostra esta investigação através da exposição da realidade de uma enorme fábrica de reprodução de furões, que mantinha milhares destes animais confinados em celeiros lotados, imundos e sufocantes, onde eles sofriam negligência e morriam diariamente.

Aviso antes de assistir: Cenas de sofrimento animal, que podem provocar abalo emocional.

Além da PETA, outra instituição de proteção animal, a Rise for Animals, também denunciou um outro criadouro comercial de furões de uma grande empresa de venda de animais, onde ocorria exploração e maus-tratos que levaram à denúncias e à uma campanha para combater toda essa crueldade.

O que é necessário para criar um furão

Caso queira criar um furão, saiba os recursos necessários que precisará dispor para cuidar bem desse animal:

• Para criar um furão, primeiramente é preciso dispor de recursos financeiros pois, por ser um animal diferenciado, ele requer tratamento e alimentação bem específicos.
• Ele é um animal gregário, sendo assim, o ideal é ter outro companheiro de sua espécie.
• Além disso, é um animal que precisa de espaço natural para cavar, fazer buraco e se movimentar.
• Ele é sensível a estímulos. Sendo assim, muita agitação pode deixá-lo estressado e até agressivo.
• Assim como cães e gatos, é necessário a visita periódica ao veterinário para orientação sobre alimentação, cuidados profiláticos e prevenção à doenças.
• O ideal é que esse animal tenha o acompanhamento de veterinário especializado, que entenda desta espécie.
• A castração é recomendada porque diminui o ímpeto do macho de urinar para demarcar território e que a fêmea tenha anemia por causa do cio.
• Se já existirem outros animais na casa é recomendável constante supervisão para ver como ele se adapta à convivência com outros pets.
• O furão tem garras, por isso precisarão ser gastas fazendo buracos na terra ou aparadas periodicamente.
• Ele tem dentes afiados, dessa forma é bom tomar cuidado para não irritá-lo e levar uma mordida. Mais cuidado ainda se tiver criança, que por vezes ao querer brincar com o animal pode apertá-lo de mal jeito e levar uma mordida
• Esse animal é bem curioso e gosta de explorar o ambiente. Por isso, é bom ficar de olho em locais que sejam perigosos para ele.

Locais da moradia perigosos para o furão

Os locais onde é preciso ficar atento ao ter um ou mais furão são:

• armários e gavetas, porque ele pode abri-los
• aquecedores, porque pode derrubá-los
• dutos do forno,  corre o risco de entrar neles
• poltronas e sofá-cama, perigoso se machucar em suas alavancas e molas
• banheiras cheias, vasos sanitários e baldes contendo água ou tinta, porque pode se afogar neles
• sacos de plástico, pois pode se sufocar
• geladeiras e outros aparelhos com fios, pois ele tem a tendência de mastigar os fios
• máquinas de lavar louça, lavadoras e secadoras, porque pode ficar preso dentro delas
• plantas tóxicas de casa, grande chance de querer mastigar as folhas e se envenenar
• materiais como esponjas de cozinha, borracha, palmilhas de sapatos, espuma, isopor e rolhas, pode querer comer esses materiais e esse tipo de ingestão pode resultar em uma obstrução intestinal, o que é algo grave

Ambiente adequado para criar furões

Para o furão viver com mais qualidade de vida no ambiente doméstico, é preciso criar um ambiente que ofereça enriquecimento ambiental que possa suprir parte do que teria se estivesse na natureza. Também cuidar para que o ambiente se ajuste à natureza do animal.

Seguem algumas recomendações para adequar e tornar o espaço às necessidades do furão:

• Para criar um ambiente recreativo para o furão é recomendável colocar rampas e túneis, que podem ser de tecido ou feitos em PVC.
• Forre a caminha dele com almofadas de pano e não use nada com materiais provenientes de cedro ou pinho, porque são tóxicos para pequenos animais.
• Os furões se ressentem com locais muito quentes, por isso é preciso manter a temperatura amena e estável…
• Use uma caixa de areia para ele fazer suas necessidades. Dê preferência em algum canto específico, melhor ainda em mais de um canto, porque eles defecam várias vezes por dia.

Onde adotar um furão

Se após avaliar bem e ter condições de adotar um furão, assumindo o compromisso de cuidar direitinho desse animal, pode-se encontrar esse animal para adoção em entidades que resgatam animais.

Algumas dessas instituições são:

• RSPCA – entre AQUI
• ARL- entre AQUI

Observação: Para quem mora no Brasil, a legislação estabelece algumas exigências para poder ter um furão. Uma delas vem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA, que determina a castração do animal, que ele seja identificado, bem como uma declaração de responsabilidade pelo animal por parte do criador

Adoção responsável

Um furão vive em média 6 anos, mas pode viver até mais. Por isso, ao adotar esse animal a pessoa estará assumindo uma responsabilidade que é a de cuidar e zelar pela integridade desse pet, o que envolve cuidados especiais, alimentos e suprimentos específicos.

É preciso adotar de forma consciente e responsável, porque assim como acontece com cães e gatos, quando vêm as despesas e cuidados, acaba a euforia e, como consequência, o animal é devolvido ou até abandonado.

Para evitar isso, é bom lembrar que animal não é brinquedo.

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