Como evitar que seu gato corra perigo na rua ou coloque em risco a vida de outras espécies


Quem tem gato sabe como eles gostam de dar umas escapadas ou, tal como seus ancestrais selvagens, sair à caça de suas presas, preferencialmente de noite. Entretanto, essas saídas podem custar a vida do felino, mas também a de outros animais.

A seguir, iremos explicar como estes riscos ocorrem e como eles podem ser evitados.

O pulo do gato e os perigos da rua

A saída do gato de estimação para a rua pode representar vários riscos à vida dele, tais como:

  • contrair doenças graves e infecciosas
  • adquirir parasitas, como pulgas
  • ser contaminado por verminoses
  • sofrer intoxicação ou envenenamento
  • ser atacado por outros animais como cachorro, por exemplo
  • ser atropelado por um veículo
  • além das crueldades às quais esse animal pode ser vítima, devido à inconsciência humana

Riscos para outras espécies

O gato de estimação, embora tenha se adaptado à vida doméstica, ainda conserva o seu instinto de predador. Por isso, quando ele dá suas saidinhas, é bem provável que se vir uma presa, ele vá à caça dela e poderá matá-la de forma instintiva.

O gato doméstico pode colocar em risco a vida de espécies importantes como: borboletas, passarinhos, gambás, lagartixas, lagartos, coelhos e pequenos animais silvestres.

Um estudo investigou a relação dos gatos domésticos que saem de casa, e o impacto ecológico que eles causam.

O contexto dessa pesquisa está relacionado a locais com acentuada concentração de gatos domésticos, seja em áreas rurais e urbanas de países como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia.

O estudo evidenciou que gatos domésticos em suas saídas, podem causar até maior impacto na vida selvagem do que os predadores selvagens.

Sobre esse impacto, Roland Kays, autor do estudo comentou:

“Como eles são alimentados com comida de gato, os animais matam menos presas por dia do que os predadores selvagens, mas suas áreas de atuação eram tão pequenas que esse efeito nas presas locais acabava ficando realmente concentrado. Acrescente a isso a alta densidade artificial de gatos de estimação em algumas áreas, e o risco a aves e a pequenos mamíferos se agrava ainda mais.”

Os resultados da pesquisa se devem ao fato de que os bairros analisados tinham uma alta densidade de gatos, maior do que a de predadores naturais.

Grande parte desse impacto se deu em áreas onde a vida selvagem já estava afetada por outros motivos, como por exemplo, regiões com empreendimentos habitacionais, que alteraram os habitats naturais dos animais e, além do mais, que a vida dos gatos se encontra preservada, ou seja, não há predadores que os ameacem.

Entre as espécies nativas que o gato é predador, e que foram indicadas em risco de acordo com a pesquisa, estão principalmente os gambás no sul da Austrália e os roedores e coelhos ameaçados de extinção na América do Norte.

O alerta desse estudo é que manter os gatos de estimação dentro de casa contribui para preservar a vida de outras espécies, percebidas como presas pelo instinto felino.

Em suma, lugar de gato de estimação é em casa para ele não sair caçando animais silvestres.

Como manter seu gato ativo e seguro dentro de casa

O perito em comportamento animal Alexandre Rossi dá várias orientações de como manter o gato de estimação dentro da casa ou do apartamento, tais como:

  • telar as janelas e as sacadas para evitar fugas ou mesmo acidentes por queda
  • criar um ambiente seguro e estimulante no lar para reduzir o interesse do gato de ir para à rua. Para isso, o tutor deve se preocupar em oferecer um ambiente mais interessante do que a própria rua, a fim de reduzir a vontade do bichano em sair desbravando outros lugares
  • instalar prateleiras para que o pequeno felino possa escalar e se movimentar. Assim, ele terá estímulos físicos e sensoriais para se exercitar
  • colocar arranhadores e brinquedos à disposição dele contribui para ele extravasar os seus instintos naturais. Dessa forma, o tutor deve disponibilizar esses recursos no ambiente doméstico a fim que o gato possa desenvolver seu comportamento natural como: correr, morder, arranhar, saltar, explorar, se esconder, brincar, caçar e descobrir novidades
  • somado a tudo isso é importante castrar o animal, seja fêmea ou macho, pois, gatos que não são castrados têm o instinto mais exacerbado e, por isso, sentem mais necessidade de ir para a rua
  • outra possibilidade é o tutor levar o bichano para passear na rua com a guia e coleira. Para acostumar o animal a sair na rua dessa forma, é necessário fazê-lo aos poucos e isso pode ser feito primeiramente dentro de casa mesmo, até para ver como ele se comporta com esses aparatos e, à medida que ele for se sentindo mais confiante e à vontade com os acessórios, será possível sair com o pet em locais calmos para não assustá-lo.

Vida longa ao bichano mas com preservação de outras espécies

Manter o bichano em casa representa dar condições a ele de ter uma vida mais longa, segura e preservada dos perigos naturais da vida selvagem. Mas seria bom que o gato doméstico não virasse um problema para outras espécies que, desprotegidas, acabam sendo suas presas, riscando a extinção e causando desequilíbrio ambiental.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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