Apelo de um zoológico: ‘precisamos de fundos senão alguns animais servirão de alimento a outros’


Com a chegada da primavera no hemisfério norte, os zoológicos costumam receber muitos visitantes. Entretanto, devido às rigorosas imposições de confinamento social impostas pelos governos europeus, esses estabelecimentos estão vazios.

A notícia seria ótima, se não fossem os problemas que isso têm gerado. Por falta de visitantes, os zoológicos viram suas rendas diminuírem drasticamente. A maior parte dos recursos é usada para a alimentação dos animais confinados.

Na Alemanha, a diretora do zoológico de Neumünster, Verena Kaspari, admitiu que alguns animais serão alimentos de outros muito em breve, caso o zoológico queira sobreviver.

Kaspari disse à BBC que matar alguns animais para que outros possam sobreviver é um último recurso, mas ainda assim não resolveria o problema financeiro do zoológico. As focas e os pinguins, por exemplo, precisam de grandes quantidades de peixe fresco diariamente.

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Apelo

O zoológico administrado por Kaspari pertence a uma associação, que não é coberta pelo fundo de emergência estadual para pequenas empresas. Ela estima que, nesta primavera, a renda do zoológico deve cair em 175 mil euros (cerca de 900 mil reais).

Os zoológicos alemães estão apelando para doações públicas e solicitando uma ajuda governamental no valor de 100 milhões de euros.

Não há como reduzir os custos dos zoológicos porque os animais precisam ser alimentados diariamente e alguns precisam de cuidados especiais, como, por exemplo, aquecer um recinto tropical acima de 20° C.

Além disso, essa crise tem um custo emocional para os animais, já que eles já se acostumaram com o contato humano. O zoológico de Berlim anunciou que “os macacos adoram observar as pessoas”, assim como as focas e os papagaios são fascinados pelos visitantes.

Embora os zoológicos sejam lugares artificias onde animais selvagens são confinados para o divertimento humano, agora que esse problema já foi criado é preciso pensar no bem-estar e na sobrevivência deles.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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