Toxina psicodélica leva este sapo a correr risco de extinção


Especialistas em anfíbios estão pedindo para as pessoas pararem de explorar o sapo Bufo alvarius. Esta espécie vem sofrendo manipulação excessiva, exploração e captura para ser criado para fins comerciais e místicos.

Tem gente que utiliza a secreção desse sapo para ter experiências psicodélicas. E pasmem, essa onda só vem aumentando, e está colocando essa espécie em risco!

Entenda como isso vem acontecendo com as informações a seguir.

Como é extraída a secreção com efeito alucinógeno?

O sapo Bufo alvarius, conhecido como sapo-do-deserto-de-Sonora ou sapo-do-rio-Colorado, vive no norte do México e no sudoeste dos Estados Unidos. Quando este sapo se sente ameaçado, ele solta uma secreção que é uma toxina de efeito alucinógeno.

Na verdade, a secreção que essa espécie solta contém um potente composto psicodélico chamado 5-MeO-DMT e também a bufotenina, alucinógenos da família das triptaminas cuja potência psicodélica pode exceder à da droga LSD.

A forte toxina excretada pode paralisar e até matar cães adultos. Porém, em humanos, seus efeito são “apenas” psicoativos.

Essa secreção é a defesa do sapo contra predadores. Porém, o animal homem utiliza essa toxina para ter experiências psicodélicas e ou místicas.

A secreção é expelida pela pele do sapo e pelas suas glândulas parótidas (que produzem saliva).

Para extrair essa secreção, a pessoa pega o animal e o toca. Ao se sentir ameaçado, o sapo libera então uma substância leitosa. Uma vez obtida a substância leitosa, ela é então raspada, seca e a defumada para ser inalada.

Efeitos alucinógenos da toxina

Os efeitos dessa substância geralmente duram de 15 a 30 minutos e podem ser:

  • sensação de calor
  • euforia
  • fortes alucinações visuais e auditivas
  • sensação de quase-morte

Bufo alvarius: espécie ameaçada

Robert Antony Villa, especialista em anfíbios e répteis e presidente da Sociedade Herpetológica de Tucson, alerta que a crescente demanda em busca dessa espécie para extrair sua secreção alucinógena pode levar sua população a despencar.

Isto porque, além dos psicodélicos e místicos, tem gente criando esse sapo em fazendas para fins comerciais. Até retiros espirituais estão reunindo pessoas para terem experiências místicas fazendo uso da substância psicoativa do sapo.

O especialista Robert A. Villa também alertou que esses locais podem se tornar vetores de surtos do fungo quitrídio, um patógeno que pode devastar anfíbios.

Com todas a manipulação e exploração sobre esse animal, essa espécie já se encontra ameaçada de extinção na Califórnia e no Novo México.

Alternativa sintética para proteger este sapo

O 5-MeO-DMT, princípio ativo da secreção do Bufo alvarius, pode ser sintetizado em laboratório sendo uma solução para evitar toda essa exploração, estresse e interferência sobre o animal.

Mas existem ainda formas de viver um êxtase místico ou transcendental sem maltratar um animal.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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