Desaparecido há 100 anos, este camaleão foi revisto em seu habitat


Furcifer voeltzkowi é o nome desta espécie de camaleão que não era vista há 100 anos. Tendo uma vida curtíssima de poucos meses, a redescoberta do animal traz novas informações sobre suas características morfológicas e seu estado de conservação.

Uma expedição realizada por cientistas da Alemanha e de Madagascar (pais de ocorrência do animal) redescobriram em seu habitat natural essa espécie que era considerada sinônimo de uma outra, a Furcifer rhinoceratus.

Agora, com base nos dados coletados, os cientistas conseguiram levantar informações sobre a história da vida deste animal, seu estado de conservação, seu sistema de coloração, morfologia, etc.

Do estudo, têm-se que o Furcifer voeltzkowi é uma espécie sexualmente dimórfica (diferenças entre sexos). A coloração natural dos machos é amplamente verde, ao passo que a das fêmeas é altamente variável e pode ser extremamente colorida.

Os pesquisadores estimaram, com base na distribuição da espécie, que ela esteja em sério perigo de extinção, que suas populações sejam severamente fragmentadas e que haja declínio contínuo na extensão e na qualidade de seu habitat.

Acredita-se que essa espécie viva apenas durante a estação chuvosa quando nascem ao eclodirem dos ovos, crescem, sobrevivem em tempo de poderem se acasalar para morrerem apenas alguns meses depois de terem nascido. Durante o período de chuvas, as estradas de acesso ao seu habitat não são acessíveis. Estes podem ser os motivos para o “sumiço” do animal.

O estudo, que pode ser lido AQUI, mostra como a coloração da fêmea muda nos períodos de acasalamento, gravidez e estresse. Impressionantemente lindo.

Como diz o estudo, redescobrir espécies “perdidas” é muito importante para alertar sobre a crise da biodiversidade que estamos passando. Habitats estão sendo destruídos com o desmatamento e o aquecimento global.

“Nosso planeta provavelmente está enfrentando o início de uma enorme extinção de espécies, muitas vezes referida como a ‘sexta extinção em massa‘, a ‘extinção do Holoceno’ ou a ‘extinção do Antropoceno’.

Mas, diferentemente dos cinco primeiros períodos catastróficos de extinção na história da Terra, a atual perda de biodiversidade é causada pela atividade humana”, alertam os pesquisadores.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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Este artigo possui 3 comentários

  1. Mauricio. Chaves.
    Publicado em 20/12/2020 às 1:13 pm [+]

    Camélias Green again.


  2. Mauricio. Chaves.
    Publicado em 22/12/2020 às 11:57 am [+]

    Mimetismo.


  3. Mauricio. Chaves.
    Publicado em 28/12/2020 às 12:43 pm [+]

    Esse bicho sbrevive a climas Estremoz.


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