Quem compra online contribui para a morte de baleias


Por incrível que pareça, as compras online estão contribuindo para a morte das baleias. Como assim? Pois é! O motivo tem a ver com o aumento do tráfego naval para transporte de mercadorias.

O vai e vem dos gigantescos navios mercantes para a liberação e recuperação dos contêineres, inundaram as rotas frequentadas pelos grandes mamíferos marinhos. Isso está colocando algumas espécies em risco pois o tráfego naval mata ou fere as baleias, as deixam mutiladas, incapacitadas para reprodução ou para uma vida saudável, o que é uma grande uma judiação.

Segundo dados da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), de janeiro de 2016 até hoje, 1º de março de 2023, centenas de baleias mortas foram encontradas ao longo da costa atlântica dos Estados Unidos, incluindo cerca de 200 baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae). Além desta espécie, as vítimas incluem as baleias-de-minke (Balaenoptera acutarostrata) e as raríssimas baleias-francas-do-atlântico-norte (Eubalaena glacialis), uma espécie classificada como criticamente ameaçada pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

As causas das mortes

Imagine uma baleia nadando tranquilamente em seu habitat, quando ela avista de repente um gigantesco navio e, sem tempo para escapar, é atingida por ele. Que sacanagem! Além disso, jogaram redes de pesca nas suas águas e a baleia se enroscou nelas.  A pesca fantasma é, junto com os atropelamentos, uma das principais causas das mortes de baleias.

Acredita-se também que a mudança da temperatura das águas seja um outro fator, pois faria com que os animais marinhos mudassem seus comportamentos e distribuição, entrando sem querer na rota dos navios mercantes que muitas vezes os atropelam.

A situação é tão grave que a NOAA Fisheries convocou uma coletiva de imprensa para explicar em detalhes as razões dos contínuos encalhes de baleias mutiladas.

Consumo consciente

Infelizmente, as baleias continuam morrendo em grande número, embora já existam limites de velocidade nas zonas mais críticas, para permitir que os cetáceos se desviem a tempo. Mas, conforme solicitado pelos cientistas, seria necessário um desvio das rotas propriamente dito para contornar os locais onde os grandes cetáceos estão mais concentrados.

Algumas grandes empresas de navegação já aceitaram a proposta dos cientistas de preservar esses animais, mas não todas. O problema aumenta uma vez que a demanda por produtos comprados online não para de crescer.

Consumo consciente é comprar na lojinha do bairro e não de lugares tão longe que a mercadoria tenha que atravessar oceanos para chegar até você. Pense nisso!

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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