Pesca fantasma: o inimigo que assombra mares e oceanos


O que é pesca fantasma? Não bastasse a pesca que todo mundo conhece, tem uma que muita gente desconhece e que precisa conhecer.

Pesca fantasma é o termo usado para descrever o que acontece quando equipamentos usados na pesca são descartados, abandonados ou perdidos. Eles continuam a “pescar” indiscriminadamente nos mares e oceanos.

Redes, anzóis, gaiolas, armadilhas, iscas sintéticas que, intencionalmente ou não, são jogados ou abandonados no mar, viram “fantasmas” que continuam a pescar e a prender animais, sufocando e matando a vida marinha, sendo também um perigo para a navegação, como ensina o NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration do governo norte-americano).

Lixo abundante

Redes e outros equipamentos usados na pesca esportiva, industrial ou artesanal, são um dos principais tipos de detritos encontrados nos mares e oceanos. Esse é o 6° tipo de lixo que mais afeta e prejudica os ecossistemas marinhos.

As redes de pesca, que antes eram feitas com materiais biodegradáveis (algodão e outras fibras), hoje em dia são feitas de um plástico muito resistente que demora séculos para se decompor.

A pesca é uma atividade cruel para todos, principalmente para os peixes, mas é preciso entender que não existe pesca sustentável como bem explica o documentário Seaspiracy.

Quando uma rede é lançada ao mar, ela pesca de tudo. Há desperdício, sofrimento aos animais e desequilíbrio ambiental. Se a rede se perde ou se rompe, ela sufoca ou é ingerida, pois animais marinhos confundem comida por plástico pelo odor. 

O que fazer para evitar a pesca fantasma?

Esse é mais um motivo para ser vegetariano ou vegano pois não há como controlar que as indústrias ou os pescadores cuidem de suas redes e de seus equipamentos, certo? O objetivo é ganhar dinheiro e não salvar o mar e os animais, com exceção de pescadores muito artesanais e conscientes, se é que eles ainda existem.

Como solucionar o problema?

Existem algumas soluções sendo usadas para resolver o problema da pesca fantasma. A questão é que a poluição por plástico (equipamentos de pesca incluídos, como vimos, o 6° tipo mais poluente) está a um passo do não retorno:

Por exemplo, o NOAA, através de uma parceria com o Fishing for EnergyNational Fish and Wildlife Foundation, Covanta Energy Corporation e Schnitzer Steel Industries, Increcolhe gratuitamente de pescadores seus equipamentos velhos ou inutilizáveis para reduzir a quantidade de lixo derivado da pesca, abandonado dentro e fora das águas.

Mas mais que isso, o programa tenta fazer do problema um recurso pois o material recolhido vira energia ou é reciclado.

Primeiro o lixo recolhido é levado para a fábrica de metais Schnitzer Steel Industries para reciclagem, e o restante dos materiais não recicláveis, são convertidos em energia pelas centrais da Covanta Energy.

O programa já coletou mais de 4 milhões de libras em equipamentos de 56 locais nos Estados Unidos.

Além disso existem ideias como a Remora, a rede de pesca biodegradável e com rastreador, uma ideia premiada que poderia ser colocada em ação.

Uma solução é a do tipo Healthy Seas, empresa que converte lixo marinho em objetos de consumo como roupas e tapetes, ou a Bond Eyewear que fabrica óculos com plástico reciclado dos mares.

Existem outras iniciativas desse tipo mas mesmo assim, é muito lixo para pouca solução. Melhor seria diminuir a pesca, afinal, podemos viver muito bem sem nos alimentarmos de peixe.

Lost fishing gear survey Malta 2016 from Ghost Diving on Vimeo.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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