Dependência afetiva: o que é e como se livrar dela


Os seres humanos precisam uns dos outros. Isso é um fato incontestável, e foi graças a essa premissa que a humanidade conseguiu ir tão longe. Porém existe um limite importante entre uma necessidade básica de socialização e a dependência afetiva, emocional.

Embora romantizada em tantos filmes e livros com frases como “não sei viver sem você”, essa forma de enxergar o mundo não é nada saudável e não produz bons relacionamentos.

Controle, ciúme excessivo, falta de autoestima, carência, ansiedade, infelicidade, estresse. Esses são algumas das consequências de depender emocionalmente de alguém. Por isso é essencial saber reconhecer se é um dependente emocional e buscar ajuda.

Saiba abaixo como identificar a dependência afetiva e como se livrar dela.

O que é dependência afetiva

A dependência afetiva, também chamada dependência emocional, ocorre quando uma pessoa acredita que outro seja inteiramente responsável pela sua felicidade. Nesse caso, espera-se que o outro satisfaça todas as necessidades emocionais, o que não é saudável nem possível.

Dessa forma, nascem relações doentes baseadas em carência, controle e insegurança.

Apesar de não ser considerado um distúrbio emocional, a dependência afetiva pode gerar muito estresse na vida de quem sofre com isso, pois, nesse caso, coloca-se a própria felicidade nas mãos de terceiros.

Geralmente, essa dependência emocional tem origem na infância. A falta de um vínculo seguro com os pais pode levar a isso, pois é na infância que muitas dinâmicas emocionais se estabelecem dentro de cada um.

Quais são os sintomas da dependência afetiva

A primeira atitude a ter em mente é identificar e reconhecer que é um dependente afetivo.

Para isso, alguns sinais podem ajudar:

  • Necessidade de aprovação dos outros para se sentir bem;
  • Medo de ficar sozinho e sensação de que não consegue viver sem a pessoa;
  • Necessidade de que outros validem os sentimentos e decisões do dependente emocional;
  • Carência emocional – sendo que, muitas vezes, as outras pessoas identificam e falam isso para o dependente afetivo;
  • Medo de rejeição, levando a pessoa a tentar ser perfeita, a concordar com tudo ou mesmo anular-se;
  • Sentimentos de ciúmes e possessividade também pode indicar uma dependência afetiva;
  • Visão idealizada do parceiro e sensação de vazio e tristeza quando não está com a pessoa;
  • Passar o dia em função de outra pessoa, checando mensagens de celular ou buscando por ela.

Como se livrar da dependência afetiva

Tendo em vista que a dependência afetiva, geralmente, tem raiz na infância, é importante sempre fazer uma investigação terapêutica para entender o problema e resolvê-lo. Porém, algumas estratégias podem ajudar. 

Solidão x solitude

O principal medo de um dependente emocional é a solidão. Por isso é importante identificar os mecanismos usados nas relações que podem estar por trás desse medo.

É possível parar de ver a solidão como um monstro e passar a ver a solitude como um recurso valioso de autoconhecimento, autocuidado e autoestima:

Leia mais:

Tenha amigos

Busque outras formas de relacionamento, que não sejam apenas amorosos. Esteja com amigos e família e saiba aproveitar bem os momentos consigo mesmo.

Não se iluda

Invista em relações que fazem bem e saiba eliminar as expectativas de melhora ou mudança em relacionamentos que fazem mal.

Não idealize

Não idealize as relações românticas. Relacionamentos afetivos são construídos no dia a dia, não são perfeitos como na ficção, demandam negociações e muita dedicação de ambas as partes.

Exercite o autoconhecimento

Exercite o autoconhecimento. Aprenda a ficar sozinho, medite, conheça e valide as próprias emoções.

Procure ajuda

Busque ajuda especializada. Existem várias linhas de terapia que podem ajudar muito nos casos de dependência afetiva.

Curta a própria companhia

Cuide de si e fortaleça a própria autoestima. Faça o que gosta, faça exercícios físicos, se alimente bem e pratique o autocuidado.

Assuma o controle da própria vida

Confie em si para tomar as próprias decisões e assumir o próprio controle da vida.

Não sufoque o outro

Aprenda a ficar sozinho. Se está em um relacionamento amoroso, tente não ligar o tempo todo para o parceiro ou mesmo fazer apenas atividades com ele. Faça programas sozinho, como ir ao cinema, ao parque ou mesmo ficar em casa.

Não sufoque o outro com tuas carências e expectativas, busque ajuda profissional se for realmente difícil “viver sem o outro”. Pense que sufoco uma pessoa sentir o peso dessa responsabilidade. Ninguém merece!

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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