As pessoas estão procurando namorado de forma errada, dizem pesquisas


Conta pra gente: quantos casais felizes você conhece? A maioria está junto, ou casada, por motivos que nada têm nada a ver com felicidade. E se a ciência nos ajudasse a encontrar a cara-metade para chegarmos o quanto mais perto possível do “felizes para sempre”?

Romantismos à parte, porque sabemos que perfeição não existe nem tampouco casal margarina, existe a assim chamada ciência do relacionamento, que tenta buscar pistas para ajudar as pessoas encontrarem os pares certos para seus chinelos cansados.

Se houvesse uma fórmula da felicidade romântica, algoritmos fariam o serviço perfeito nos sites de relacionamento. Para chegar a tais fórmula, seria necessário ter um número suficiente de dados para entender e criar as combinações matemáticas do amor. Mas o problema é que não temos, ou não tínhamos, dados suficientes para isso.

A maioria dos estudos sobre relacionamentos, é feita com amostras muito pequenas de dados para se chegar à conclusões satisfatórias.

Mas há um estudo recente bem interessante sobre isso. Um estudo não, na verdade, um agrupamento de estudos.

O que prevê relacionamentos bem-sucedidos?

Como conta o Wired, há alguns anos uma jovem cientista chamada Samantha Joel, interessada em descobrir o que prevê relacionamentos bem-sucedidos, teve uma ideia.

Samantha reuniu dados de outros estudos já existentes e conseguiu ter um conjunto de dados grande o suficiente para investigar o tema.

Assim, Samantha conseguiu formar um grupo de 85 outros cientistas que conseguiu levantar dados de 11.196 casais heterossexuais.

Havendo à disposição dados demográficos como idade, renda, etc; bem como sobre aparência física, gostos sexuais, interesses, hobbies, política, valores morais, etc, a equipe conseguiu obter dados sobre o que as pessoas buscam para serem felizes em um relacionamento.

Resultados desanimadores

O grande conjunto de dados, no entanto, forneceu resultados intrigantes e desanimadores sobre  os tipos de pessoas pelas quais somos atraídos, bem como sobre o quanto isso importa para nossa felicidade no amor.

Assim foi que, com os dados em mãos, interpretados por análises estatísticas obtidas por meio de Inteligência Artificial, Samantha deu uma palestra em outubro de 2019 na Universidade de Waterloo, no Canadá, com o seguinte tema: “Podemos ajudar as pessoas a escolher melhores parceiros românticos?”

A resposta é não!

Por que?

A imprevisibilidade do amor

Resumindo, esses são os pontos que a pesquisa levantou:

Não basta gostar das mesmas coisas

As preferências e os valores de duas pessoas têm pouco poder de prever se essas duas pessoas podem ser felizes em um relacionamento romântico. Sabe aqueles aplicativos de relacionamento que colocam roqueiros com roqueiros e sertanejos com sertanejos para namorarem? Pois é! Ao que parece, isso é pouco para funcionar. Não basta curtir a mesma música ou as mesmas coisas.

As variáveis são muitas

Se você pudesse fazer uma lista dos atributos que gostaria de encontrar no seu príncipe ou princesa encantada, quantas folhas a tua lista teria?

Ainda que com um grande número de dados coletados, a equipe de pesquisa descobriu que  o poder de todas as variáveis ​​possíveis para o sucesso de um relação é tão grande, que o número de dados por eles coletados era surpreendentemente pequeno.

O que se percebe é que, muitas das características que a maioria das pessoas busca no “mercado do namoro” não se correlacionam com a felicidade romântica, o que sugere que as pessoas estão procurando errado, e namorando errado.

O que as pessoas procuram?

Quais características tornam as pessoas desejáveis ​​para os outros?

Bem, já dizia Vinicius de Moraes: beleza é fundamental (ainda que o conceito seja de qualquer modo subjetivo).

Estamos todos procurando algo bonito, essa é regra número 1 da atratividade.

Mas também estamos procurando, vocês sabem, pessoas ricas, de alguma raça específica (embora ninguém diga), pessoas parecidas conosco, pessoas com profissões interessantes, mulheres sexualmente atraentes, homens altos, etc.

Será que deveríamos ser atraídos para essas qualidades?

Os estudos sugerem que não, pois a felicidade romântica tem pouco a ver com as qualidades que as pessoas procuram em um parceiro romântico.

Na verdade, a felicidade romântica tem mais a ver com a expectativa pessoal de uma pessoa antes de entrar em um relacionamento.

O que buscar no outro?

A verdade é que as pessoas buscam a salvação de seus problemas no outro e, como o outro não satisfaz as suas expectativas, o relacionamento mingua.

Portanto, buscar o outro, rico, que pague suas contas pode dar errado. Bem como buscar o outro, alegre, que vá combater a tua tristeza ou o outro, esportivo, vai te levar à ginástica. Tudo isso não funciona.

E o que funciona?

Nem a Inteligência Artificial sabe pois se soubesse os Tinders da vida nem existiriam mais, afinal, as pessoas em busca de relacionamento já estariam todas juntas e felizes.

Não há um conjunto de características que garanta a felicidade romântica ou que a impeça. O amor é mágico e nenhum algoritmo no mundo pode prever quando e como duas pessoas poderão ser felizes.

Mas há uma dica-chave: ser feliz sozinho. É chavão mas essa é a triste, ou previsível, conclusão dos estudos de Samantha Joel.

A fatalidade do amor

Um amiga um dia me disse que acredita que 3 coisas são fatais na vida: o nascimento, a morte e um relacionamento amoroso.

Por mais que a tecnologia e a Inteligência Artificial tentem, ainda não conseguimos criar a vida, impedir a morte e fazer algoritmos que encontrem o par perfeito.

Leia aqui a matéria completa, e muito interessante da Wired, que foi adaptada do
Don’t Trust Your Gut de Seth Stephens-Davidowitz.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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