Dar sentido à vida é mais importante que buscar felicidade


A busca pela felicidade parece ser uma questão cada vez mais constante quando refletimos acerca da contemporaneidade. Quase sempre focada nas paixões do indivíduo, é comum a ideia de que a felicidade possa ser alcançada através da aquisição de bens ou serviços, gerando o consumo desenfreado sem sentido.

Para Viktor Frankl, psiquiatra austríaco que sobreviveu ao holocausto, o grande problema é que a busca não deve ser pela felicidade, mas sim pelo sentido e significado que damos às coisas.

Este é o ensinamento proposto por Frankl no livro “Man’s Search for Meaning” ou “Em busca de sentido” no Brasil. No decorrer das páginas, Viktor Frankl propõe outras formas de refletir acerca da felicidade ao relatar sua vida em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial. A estruturação da obra traz uma linha lógica e sensata, dando origem à logoterapia, um aprendizado da felicidade através do sofrimento.

Com um pensamento desafiador, Frankl sugere que a busca pela felicidade pode ser grande desencadeadora de infelicidade, isso pois não é a felicidade em si que deve ser buscada, mas sim o significado da realização das coisas. Assim, a felicidade seria um fruto direto do significado da realização, uma colheita.

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Para a sociedade contemporânea, as ideias de Viktor Frankl tem orientações importantes, pois entram como uma alternativa para os incessantes ataques midiáticos que tentam vender a felicidade a todo custo, como se fosse possível adquiri-la de alguma forma. Assim, gasta-se o que não tem para tentar conseguir o que não pode ser comprado.

O próprio amor à vida deve ser uma forma de percepção, como propõe Viktor: “quando se percebe a impossibilidade de substituir uma pessoa, se permite que a responsabilidade da existência e permanência apareçam em magnitude. Uma pessoa que se torna consciente da responsabilidade que ela carrega em relação a um ser humano que espera carinhosamente por ela, ou a um trabalho inacabado, jamais poderá jogar sua vida fora. Essa pessoa sabe o porquê de sua existência e será capaz de suportar qualquer alternativa”, relata.

O significado da realização

Com isso, Viktor tenta demonstrar que o valor deve ser atribuído de forma a considerar também o meio. Quando damos significado a algo ou a um trabalho, entendemos a importância de nosso ser diante daquilo que conosco interage. A felicidade, neste termo, é então alcançada pelo significado da realização. Ou seja, um contraponto ao sentido que é atualmente negligenciado.

Além disso, Viktor Frankl também fala a respeito do humor e como ele afeta diretamente a felicidade, pois é “uma das armas da alma na luta pela autopreservação“. Viktor diz ainda que “o humor, mais do que qualquer outra coisa na composição humana, pode permitir um distanciamento e uma capacidade de superar qualquer situação, mesmo que apenas por alguns segundos”.

Os pensamentos de Viktor são mais claramente entendidos quando compreendemos a terrível ocasião dos campos de concentração em que viveu. Viktor relata que o sentimento de infelicidade, ou de falta de perspectiva de felicidade, era comum em todos, fazendo com que muitos pensassem em tirar a própria vida.

Você tem um propósito?

Como comparação, de acordo com o Center for Disease Control, 4 em cada 10 americanos não descobriram um propósito de vida satisfatório. Isso significa que ao menos 40% dos americanos acham que suas vidas não têm sentido ou um propósito claro. Vale salientar que a sociedade americana é uma das que mais incentivam o consumo.

Assim, fica evidente que a sociedade de hoje tem muito a refletir sobre a verdadeira felicidade. Enquanto a mídia e as indústrias tentam de forma ininterrupta lucrar cada vez mais com a falsa ideia de que seus produtos trazem felicidade, devemos nos atentar ao valor, sentido e significado que damos às coisas, e também ao que elas realmente têm. A melhor forma de exercitar esta arte proposta por Viktor Frankl é compreendendo o agora e também o valor da própria existência diante do meio.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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