Cientistas descobrem mensagens secretas entre cérebro e gordura


Cérebro e gordura… Ah se soubéssemos como dar um sinal ao cérebro para queimar tudo! Existe uma mensagem secreta que a gordura manda ao cérebro e vice-versa por uma questão de sobrevivência?

Pois é isso o que sabemos ou que sabíamos. O cérebro guarda gordura para o caso de uma possível emergência. O homem primitivo andava em busca de comida e, quando a encontrava, se empanturrava temendo os períodos de escassez. Mas as coisas podem ser mais complexas do que pensamos.

A gordura corporal e o cérebro se comunicam por meio de mensagens que até agora não foram totalmente compreendidas pelos pesquisadores. Até então, supunha-se que o cérebro controlava o tecido adiposo de uma pessoa simplesmente monitorando os hormônios associados às gorduras que flutuam passivamente no sangue.

No entanto, uma equipe de cientistas do Scripps Research Institute na Califórnia, acaba de descobrir um fluxo adicional de mensagens que mostra como nosso sistema nervoso central monitora e orquestra as funções da nossa gordura corporal.

Os pesquisadores identificaram todo um sistema sensorial dedicado ao transporte de mensagens do tecido adiposo para o cérebro, através de neurônios sensoriais que começam perto da coluna, se ramificam pelo tecido adiposo e podem atuar como freio ou acelerador na hora de queimar gordura.

Tais ramificações eram já conhecidas mas acreditava-se que participavam apenas na transmissão de mensagens ao sistema nervoso simpático, que é a rede responsável pela nossa resposta de luta ou fuga, que queima gordura em momentos de estresse e atividade física.

Os pesquisadores do Scripps Research Institute conseguiram entender tais mecanismos por meio de dois novos métodos de pesquisa, uma abordagem de imagem chamada HYBRiD e uma nova técnica que chamaram de ROOT, o que permitiu à equipe visualizar o caminho desses neurônios no tecido adiposo.

As imagens mostram que quase metade das fibras adiposas não se conectou ao sistema nervoso simpático, mas aos gânglios da raiz dorsal, área do cérebro de onde se originam todos os neurônios sensoriais.

“A descoberta desses neurônios sugere pela primeira vez que seu cérebro está pesquisando ativamente sua gordura, em vez de apenas receber passivamente mensagens sobre ela”, diz o coautor sênior Li Ye, PhD, presidente da Abide-Vividion em Química e Biologia Química. e professor associado de neurociência na Scripps Research. “As implicações desta descoberta são profundas.”

“Nos mamíferos, o tecido adiposo armazena energia sob a forma de células de gordura e, quando o corpo necessita de energia, liberta essas reservas – explicam os pesquisadores -. O tecido adiposo também controla vários hormônios e moléculas sinalizadoras relacionadas à fome e ao metabolismo, mas, em doenças como diabetes, fígado gorduroso, aterosclerose e obesidade, o armazenamento de energia e a sinalização geralmente têm algo que não funciona”.

O que a pesquisa mostra é que

“não há uma única instrução que o cérebro envia ao tecido adiposo, é mais provável que seja mais sutil, com esses dois tipos de neurônios atuando como um pedal de acelerador e um freio para queimar gordura”.

A descoberta foi publicada na revista cientifica Nature.

Fontes:

  1. Nature
  2. Genengnews

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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