Chega de preconceito: as variantes do coronavírus agora terão nome grego em vez de país de origem


Variante inglesa, brasileira, africana, indiana. Vírus chinês contra vírus norte-americano… tudo vira motivo de preconceito, asian hate, american hate, é tanto ódio que a OMS decidiu dar nome aos bois.

Após meses de deliberações, a Organização Mundial da Saúde acaba de anunciar que as variantes do coronavírus terão nomes de letras do alfabeto grego, pois o nome do país de origem, ou de descoberta da variante, é “estigmatizante e discriminatório”.

Dando então nome aos bois, por assim dizer, a OMS decidiu que as 4 variantes mais preocupantes da atualidade, as variantes do Reino Unido, da África do Sul, do Brasil e da Índia receberão as letras Alfa, Beta, Gama e Delta, respectivamente, e novas variantes que surgirem receberão o mesmo padrão do alfabeto grego.

Para a OMS os nomes são simples, fáceis de dizer e lembrar. As novas denominações foram escolhidas após ampla consulta e revisão de vários sistemas de nomenclatura.

A OMS incentiva as autoridades nacionais e os meios de comunicação a adotarem esses novos rótulos a fim de eliminar estigmas e preconceitos.

Historicamente, como lembra o The Guardian, as doenças recebiam os nomes dos locais teriam se devolvido, causando estigmas às vezes prejudiciais e desnecessários, como é o caso da “gripe espanhola”, que na verdade tem origem desconhecida.

A tentativa da OMS é justa porque tudo virou ainda mais motivo de exclusão e preconceito, depois que esse vírus revirou o planeta com morte, medo, crise econômica e desespero. Resta saber se vai funcionar porque a tendência humana é sempre achar um culpado na história e, quanto mais longe da gente o culpado estiver, melhor! Assim a culpa nunca é nossa.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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