Uso excessivo de telas pode deixar crianças mais agressivas, diz estudo


Não é de hoje que os especialistas vêm estudando os efeitos dos aparelhos eletrônicos no desenvolvimento neurológico, físico e emocional das crianças e adolescentes. Esse tipo de pesquisa tem sido cada vez mais importante, na medida em que o uso das telas é cada vez mais frequente e começa cedo: nos primeiros anos de vida.  Um estudo ainda em desenvolvimento, divulgado na revista científica NeuroImage, está acompanhando 4.5 mil crianças entre 9 e 10 anos. O objetivo é que esse monitoramento dure uma década e avalie os impactos dos eletrônicos no comportamento das crianças e adolescentes. Os resultados preliminares sugerem que a tecnologia pode aumentar a agressividade, em alguns casos.

O grande problema das telas

O grande problema das telas não é exatamente o uso, mas o tempo que se dedica a elas. O excesso de eletrônicos pode provocar uma série de efeitos nas crianças e adolescentes, que vão desde problemas de concentração e memória, dificuldades no aprendizado, sedentarismo, problemas oculares e auditivos até quadros de ansiedade, irritabilidade, dependência e depressão causados pela liberação de hormônios e neurotransmissores durante o uso das tecnologias.

Supervisionar e estabelecer limites

Uma outra pesquisa, feita pela Universidade Federal do Ceará e Universidade Harvard (EUA), em parceria com outras instituições, mostra que a cada hora que as crianças usam eletrônicos há uma diminuição considerável da capacidade de comunicação, resolução de problemas e sociabilidade. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatra, o recomendado é que crianças de até 2 anos não tenham exposição nenhuma a telas; entre 2 e 5 anos elas podem ver até 1 hora por dia; entre 6 e 10 esse limite pode se estender até 2 horas e dos 11 aos 18 anos a conta pode chegar até 3 horas de eletrônicos por dia. O importante é supervisionar e estabelecer limites.

A supervisão é essencial, pois crianças e adolescentes não têm maturidade neurológica para saber a hora de parar. Por esse motivo, TVs, computadores e videogames no quarto são contraindicados, de acordo com os especialistas. Essa área do cérebro que vai definindo limites, julgamentos mais certeiros e menor impulsividade só se desenvolverá completamente após os 20 anos.

Os aparelhos eletrônicos fazem parte da vida de todos, e é natural que as crianças, em algum momento, tenham acesso a eles. Porém assim como todas as outras coisas da vida é preciso que elas tenham a orientação, supervisão e limites necessários para que as telas sejam apenas uma das muitas atividades que elas realizam no dia, e não a única.

Fontes: 

  1. Science Direct
  2. Sociedade Brasileira de Pediatria

Talvez te interesse ler também:

Jogos de cartas e tabuleiro, o presente perfeito para manter as crianças longe das telas neste Natal

Abstinência de telas: as consequências dos eletrônicos na vida das crianças

Vício ou dependência de celular tem nome: NOMOFOBIA

Precisando de uma pausa mental? Não use o celular

França proíbe uso de celular em sala de aula. Que tal essa ideia?




Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...