Sobre pronome neutro e veganismo, o pobre brasileiro não quer saber


Com a pandemia muita gente reviu conceitos. Com lojas e bares fechados (agora já abriu tudo mas tem gente que guardou a lição) muitas pessoas se deram conta de que não precisam comprar tudo o tempo todo, e que apoiar a mercearia do tiozinho do bairro, é melhor do que comprar no Carrefour.

Com a pandemia também muita gente acordou para a grande verdade de que somos todos um, ou pelo menos somos iguais. Por mais que os ricos tenham mais e melhores chances de sobreviver, o vírus não escolhe a vítima (aliás, no início da pandemia, os ricos que tinham viajado para o exterior, eram os mais preocupados).

Mas o fato é que hoje, o que temos é uma crise econômica enorme, desemprego e falta de prospectiva. Sendo assim, o discurso do meio ambiente, do bem-estar, do veganismo perdeu força.

É uma pena mas, no Brasil, milhões de desempregados e famintos não têm escolha e é preciso cuidado para não parecer injusto, senão pedante, em desclassificar os “pobres onívoros”.

Agora a pauta da vez é o uso do pronome neutro. O pobre brasileiro mal teve acesso à escola de qualidade, e mal sabe o que é pronome, quanto mais neutro.

É a burguesia discutindo assuntos que não têm sentido para quem tem fome.

Este é o meme que está circulando no Zap:

Dito tudo isso, precisamos esclarecer que o discurso do consumo consciente, do faça você mesmo, do veganismo, do vegetarianismo, do biológico e do remédio caseiro é também um discurso de economia, que pode sim ser incorporado aos pobres, senão, sobretudo aos pobres!

É preciso deselitilizar o ecologicamente correto pois, o ecologicamente correto pode ser a horta em casa, a horta do bairro, o economizar fazendo uma barra de sabão virar 4 litros de sabão liquido caseiro e por aí vai…

A escolha de cada um é a escolha do que cada um pode fazer dentro das suas capacidades.

Como dizem por aí, não adianta fazer yoga e não cumprimentar o porteiro, não adianta ser vegano e comprar cachorro de raça, não adianta se orgulhar de poder comprar coisas boas, sustentáveis e caras, havendo consciência da tamanha desigualdade social que o mundo se encontra e que, com a pandemia, se agrava.

Pensemos todEs!

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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