Efeito Naja: Operação Snake prende outro estudante e investiga funcionário do Ibama


Após a cobra Naja picar o estudante de veterinária – e agora, suspeito, Pedro Henrique Lehmkul – a Polícia Civil do Distrito Federal (DF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), montaram uma operação para investigar a ocorrência de crime de tráfico internacional de animais, batizada de Operação Snake.

A partir daí foram iniciados os trabalhos da Polícia com cumprimento de diversos mandados de busca e apreensão, oitiva de pessoas, suspeitos e testemunhas.

Na quinta-feira, 16, a mãe de Pedro, Rose Meire dos Santos Lehmkuhl, prestou depoimento à polícia por quatro horas.

Já o padrasto de Pedro, o tenente-coronel da Polícia Militar do DF, Eduardo Condi, também é alvo de investigação na operação e, além de prestar depoimento, teve seu celular apreendido.

No mesmo dia, o Ibama informou que aplicou uma multa no valor de R$ 78 mil reais à Pedro e sua família, sendo R$ 61 mil ao estudante e R$ 8,5 mil tanto para o padrasto quanto para a mãe, por terem dificultado a ação de resgate dos animais.

Pedro Henrique ainda não foi ouvido porque apresentou um atestado médico de 18 dias e segundo o Delegado que conduz a investigação, ele será ouvido somente em agosto.

Já o amigo do Pedro, Gabriel Ribeiro, suspeito de abandonar a Naja próximo a um shopping após o incidente, foi multado em R$ 81,3 mil reais. Segundo o Ibama, ele será autuado por dificultar a ação do instituto, manter animais nativos e exóticos em locais inapropriados e sem autorização, além de maus-tratos. Isso sem falar nas responsabilidades criminais e civis que estão sendo apuradas pela Polícia.

Tanto assim, que hoje, quarta-feira, 22, Gabriel foi preso, de forma preventiva, pela Polícia Civil do DF, em desdobramento da Operação Snake, por ser suspeito de esconder serpentes e atrapalhar as investigações da Polícia.

Gabriel foi apontado como o possível responsável por levar as 16 serpentes que estavam em posse de Pedro Krambeck para um haras, em Planaltina, além de deixar a Naja, na rua, próximo a um shopping da capital federal.

Ele também poderá ser investigado por integrar e participar de tráfico de animais, se comprovada a ocorrência desse crime.

A Polícia Civil também informou que é alvo de investigação um funcionário púbico do setor de “triagem de animais silvestres”, o CETAS, do IBAMA, que também poderia integrar essa rede de tráfico.

O tráfico de animais, como qualquer atividade ilegal que envolve muito dinheiro, precisa de uma rede bem estruturada de pessoas, como no tráfico de drogas, desde o “avião”, aquele que exerce menor papel, até o “chefão” e essa rede é sustentada por vários tentáculos com funções bem definidas.

A Polícia Civil não deu maiores detalhes para não atrapalhar as investigações, mas continuamos de olho.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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