Tráfico de animais: se há quem vende, há quem compre. Combata esse sofrimento


Todos os anos no Brasil, milhões de animais são retirados da natureza e mesmo com tantas campanhas, reportagens, denúncias e notícias, o comércio ilegal continua forte. Claro que isso só acontece por causa das pessoas que compram esses animais, alimentando esse comércio. Cabe a nós tomar ciência e combater esse mal.

Números impressionantes

Uma reportagem de exibida no programa Profissão Repórter, destacou situações e números impressionantes: cerca de 38 milhões de animais são capturados por ano e vendidos de forma ilegal no Brasil. A reportagem destacou ainda que 18% dos animais silvestres são alvos do tráfico. A maioria deles são aves, pois elas são mais fáceis de serem capturadas e transportadas em gaiolas.

Em São Paulo, a Polícia Ambiental recebe cerca de cinco denúncias anônimas por dia para irem até os cativeiros onde os animais são escondidos. Numa dessas denúncias, a polícia e a repórter Nathalia Tavolieri, chegaram na casa de um desses criadores ilegais, onde ele mantinha vários pássaros que seriam comercializados, supostamente para o sustento da família. Lá eles encontraram 29 pássaros, dos quais três estão em extinção.

Multas altas

A punição para esse tipo de crime varia de R$ 500,00 a R$ 5 mil por pássaro. O valor mais alto é cobrado quando o pássaro está em risco de extinção, o que significa que o criminoso da reportagem terá que pagar uma multa de R$ 29,5 mil.

Criadores legalizados

Em contrapartida, existem os criadores legalizados, como é o caso do empresário Eduardo Soriano Foz que tem autorização para manter 49 espécies em sua casa. A repórter Nathalia Tavolieri também foi à casa do empresário, a qual é aberta para receber escolas e instituições para trabalhos educativos e de conscientização sobre a preservação dos animais.

Eduardo possui autorização do Ibama para manter essas espécies em casa, pois são animais nascidos em cativeiro e abandonados pelos donos, sem condições de sobreviverem na natureza. Para mantê-los em casa, o empresário tem um custo de R$ 50 a R$ 80 mil por mês, além de contar com uma equipe de 13 funcionários, entre biólogos e veterinários.

Assim como Eduardo, existe também o Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres em São Paulo, que acolhe animais resgatados para reabilitação e posterior soltura na natureza. Um exemplo de resgate de animais maltratados e/ou abandonados, é o da ursa Xuxa que viveu durante 32 anos em um circo, em Sergipe.

Assim como no caso da ursa Xuxa, que foi rebatizada de Rowena, que significa “guerreira”, muitos animais que foram explorados durante anos em circos, apresentam comportamentos de ansiedade e estresse, demonstrados por movimentos físicos repetitivos e involuntários, que aprenderam no circo e que realizaram durante décadas.

Rowena provavelmente era obrigada a pular e “dançar” debaixo de chicotadas e maus tratos, o que fez com que ela associasse situações de estresse com a “obrigação” de realizar tais movimentos.

Veja AQUI a reportagem completa com os vídeos dos casos de resgate.

Boicote

O tráfico de animais existe porque tem quem pague para ter animais exóticos em casa (ainda que seja proibido) ou porque existe quem pague para ver animal adestrado em circos, aquários e outras atividades que explorem animais para lucro e “divertimento” do homem.

“No Brasil, apenas 11 estados proíbem presença de animais em circos, pois não há lei que proíba essas atividades em todo o território nacional”, diz a reportagem.

É preciso boicotar essas atividades porque, sem haver quem pague ingresso, elas tendem a falir de vez.

E isso inclui também o turismo com animais.

DUVIDE sempre de locais que oferecem passeios sobre elefantes, camelos ou mesmo acariciar animais selvagens como leões, tigres, etc. Estes animais são dopados para fazerem selfies ou passarem de mão em mão em turistas desavisados. BOICOTE!

Boicote também aos produtos de origem animal: chifres, marfim, peles de cobras, pelos de outros animais, cascos de tartaruga… Tudo isso chega até você provavelmente mediante MUITO sofrimento animal.

Cada um no seu lugar

O ideal é que nenhum animal seja retirado da natureza, pois ela é o lugar onde todos devem estar. A beleza dos animais atrai aos olhos e atiça a ganância de pessoas que fazem de tudo para ter um ou mais desses belos animais em suas casas. Com o tempo essa beleza é perdida, pois eles deixam de ser livres e morrem antes do tempo.

É como dissemos no início: o tráfico de animais só acontece porque há os que se interessam em comprá-los, mas o fazem por pura vaidade ou por maldade, infelizmente. Por isso mesmo, cabe a nós conscientizar, alertar e denunciar o comércio ilegal de animais que está acabando com nossas espécies!

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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