Pesquisadores descobrem emocionante rito fúnebre para os filhotes de elefantes


Os elefantes asiáticos (Elephas maximus), conhecidos por sua inteligência e sensibilidade, surpreenderam os pesquisadores indianos com seus ritos fúnebres comoventes. Estes majestosos animais foram observados enterrando seus filhotes falecidos, em um gesto emocionante que desafia a noção de luto animal.

O estudo, liderado pelos cientistas Parveen Kaswan (do Departamento Florestal de Bengala) e Akashdeep Roy (do Departamento de Humanidades e Ciências Sociais do Instituto Indiano de Educação e Pesquisa Científica), revelou detalhes fascinantes sobre o comportamento dos elefantes asiáticos em relação à perda de seus filhotes.

Cinco elefantinhos, com idades entre 3 meses e 1 ano, foram enterrados pelas manadas em territórios fragmentados pelo desenvolvimento humano. Os elefantes, arrastando os filhotes com suas trombas e pernas, os enterraram de maneira peculiar, com as patas voltadas para cima. Ao redor dos locais de sepultamento, foram encontradas pegadas de 15 a 20 elefantes, reunidos para prestar seus últimos respeitos. Em um comovente gesto, os elefantes “choraram” seus filhotes, emitindo trombetas altas antes de deixar a área.

Os pesquisadores explicam que, apesar da falta de evidências claras sobre os motivos das mortes dos filhotes, os elefantes realizaram esses ritos fúnebres de forma consistente. As áreas preferidas para os enterros eram as plantações de chá, afastadas dos assentamentos humanos. Este comportamento sugere um profundo senso de conexão e respeito entre os elefantes, desafiando a ideia de que o luto é exclusivo dos seres humanos.

Como os cientistas observaram, o comportamento de luto dos elefantes asiáticos ecoa até mesmo algumas práticas humanas, como o cuidado com os entes queridos após a morte. Embora o mistério em torno do luto animal ainda persista, essas descobertas nos aproximam um pouco mais da compreensão das complexidades emocionais de nossos coabitantes do planeta. Os elefantes, com seu rito fúnebre comovente, nos lembram da importância de reconhecer e honrar o vínculo entre todos os seres vivos.

Os detalhes da pesquisa “Unearthing calf burials among Asian Elephants Elephas maximus Linnaeus, 1758 (Mammalia: Proboscidea: Elephantidae) in northern Bengal, India” foram publicados na  revista  científica Journal of Threatened Taxa.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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