Emagrecer depois das festas: a dieta do jejum intermitente é uma boa opção, de acordo com a ciência


O jejum entrou no cardápio das dietas. Mais pessoas têm praticado o jejum como forma de limpar o organismo, bem como para emagrecer. Nada melhor depois das festas de fim de ano, quando exageramos não apenas na comida, como também na bebida.

Uma outra vantagem do jejum é aumentar a resistência ao estresse e melhorar a regulação do açúcar no sangue.

Mas o jejum do qual falamos aqui, não é aquele de 24 horas, realmente difícil seguir porque um verdadeiro sacrifício, mas sim o jejum intermitente, ou seja, aquele que prevê janelas temporais entre uma refeição e outra, sem o consumo de nenhuma caloria.

Um artigo do neurocientista Mark Mattson, da Universidade Johns Hopkins (EUA), publicado no New England Journal of Medicine, concluiu que o jejum intermitente é uma boa solução para a saúde e o emagrecimento. Mattson pesquisa a prática há 25 anos e buscou com a investigação esclarecer as aplicações clínicas do método.

Do que se trata

A ideia básica do jejum intermitente é comer normalmente em determinado período de tempo e, no restante, fazer o jejum consumindo poucas calorias ou absolutamente nada.

Um exemplo de como pode ser feito o método é a chamada “dieta 5: 2”, na qual se come normalmente durante 5 dias por semana, e se limita a poucas calorias nos outros 2 dias.

Existem também os jejuns por tempo limitado, com janelas onde o consumo de calorias é zerado. Por exemplo, o jejum 10:14 ou o 16:8 onde, no primeiro faz-se 10 horas de jejum e, no segundo, 16. Ou seja, é permitido comer somente em determinados horários durante o dia, e respeitar o jejum de no mínimo de 10 horas.

Os benefícios

A pesquisa de Mattson descreve as alterações do organismo que passa pelo jejum. O especialista afirma que o jejum promove a saúde das células que estão consumindo suas reservas de açúcar e convertendo gordura em energia. A pressão arterial também é beneficiada pelo jejum, que promove a sua redução e a dos níveis de lipídios no sangue.

Mas há quem diga que o jejum só funciona bem dentro de uma janela mínima de 16 horas. Um estudo da Universidade de Illinois em Chicago (EUA), mostrou que comer durante 8 horas e jejuar nas outras 16 traz grandes  benefícios para o corpo no combate à obesidade.

Durante 12 semanas, voluntários foram liberados a comer o que desejassem das 10 h às 18 h e deviam permanecer em jejum absoluto durante as 16 horas restantes, podendo beber apenas água ou bebidas sem calorias. Os pesquisadores constataram que os obesos que seguiram a dieta 16:8 consumiram menos calorias, perderam peso e tiveram melhoras na pressão arterial.

Não é fácil, mas é menos difícil do que parece!

Se pensar bem, jejuamos normalmente durante as nossas horas de sono. No jejum intermitente, ou se vai pra cama com “fome”, e ao acordar faz-se um bom café da manhã, ou se acorda e se jejua pela manhã até a hora do almoço. Depende dos hábitos de cada um.

Nem todo mundo consegue facilmente adaptar-se ao jejum. Matton recomenda paciência, até que o corpo se adapte às mudanças alimentares. Irritabilidade, cólicas e fome são alguns dos sintomas mais comuns, os quais desaparecem em cerca de duas semanas.

Então, se você exagerou nas festas de fim de ano e quer perder uns poucos quilinhos a mais, o jejum intermitente realmente pode ser uma boa opção. Contudo, é preciso deixar um alerta: antes de iniciar qualquer dieta, é aconselhável o acompanhamento de um médico ou nutricionista.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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